17 de julho de 2025
Centrais e Alckmin debatem defesa da indústria e dos empregos
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Foto: Divulgação

Em reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), nesta quarta-feira (16), as centrais sindicais expressaram sua preocupação com os impactos que podem ser gerados com a imposição de tarifas abusivas contra os produtos brasileiros, a economia nacional, os empregos e a soberania produtiva e política do Brasil.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços reafirmou que o momento é de unidade nacional, proteção da nossa indústria e preservação dos empregos, e que o movimento sindical é essencial. “Estamos unidos e empenhados em defender os interesses do Brasil por meio do diálogo e da negociação”, afirmou Alckmin.

Em nota entregue ao vice-presidente, as entidades afirmam que o “tarifaço de Trump” é expressão de uma disputa global por hegemonia econômica e tecnológica que atinge o Brasil de forma direta e indireta, pressionando setores industriais estratégicos, o que pode intensificar a desindustrialização, desorganizando cadeias produtivas e ameaçando milhares de postos de trabalho.

“Diante desse cenário, é necessário buscar alternativas, construir novos caminhos e abrir outras possibilidades. É hora de fortalecer e aprimorar um projeto de desenvolvimento com inclusão e justiça social — um projeto que inove nas escolhas estratégicas, reduza nossas vulnerabilidades, enfrente a concorrência predatória e crie mecanismos de proteção frente à instabilidade externa”, diz o documento.

Os sindicalistas reforçaram que qualquer decisão sobre comércio exterior deve, necessariamente, respeitar os trabalhadores em qualquer negociação. “Esse modelo de desenvolvimento deve estar estruturado na geração e proteção de empregos, no combate à precarização do trabalho e no fortalecimento da capacidade de consumo das famílias por meio da valorização da renda do trabalho”, continua.

Em busca de garantir o monopólio das empresas estadunidenses, na terça-feira (15), Trump encabeçou uma investigação interna contra práticas comerciais do Brasil que consideram supostamente “desleais”, entre elas o Pix. A tentativa é a de coagir o Estado brasileiro, aviltando nossa soberania, para que as empresas de bandeiras de cartão de crédito que perderam transações com o Pix possam retomar sua hegemonia, bem como o modelo de pagamento da Meta, com o Whatsapp Pay, que não vingou no Brasil. A regulamentação das redes sociais que podem limitar os lucros bilionários das Big Techs também foi alvo da investigação.

“Diante da crise comercial, a valorização do trabalho — eixo central de um projeto nacional de desenvolvimento — deve ser parte da solução. É hora de avançar na reconstrução de uma base produtiva moderna e inovadora, capaz de gerar empregos de qualidade e garantir que a classe trabalhadora seja não apenas sujeito, mas também beneficiária do crescimento, com dignidade, sustentabilidade, bem-estar e qualidade de vida para todos”, concluem as centrais.

Fonte: https://horadopovo.com.br/centrais-e-alckmin-debatem-defesa-da-industria-e-dos-empregos-em-reacao-as-chantagens-de-trump/