18 de julho de 2025
EUA preparam terreno pela por uma IA neutra; entenda
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O Woke AI, ou IA “acordada”, é um termo utilizado no setor para definir modelos de inteligência artificial (IA) com inteligência induzida, de modo que a tecnologia seja neutra, respeitando princípios morais de nossa sociedade.

Nesse ínterim, funcionários da Casa Branca trabalham em ordem executiva para empresas de tecnologia visando o modelo de IA acordada, segundo fontes do The Wall Street Journal.

Essa ordem deve conter uma obrigação às empresas de IA, para que as que recebem contratos federais sejam politicamente neutras e imparciais, visando iniciativas de diversidade, equidade e inclusão, bem como combater os modelos “excessivamente liberais” de IA, na visão das autoridades dos Estados Unidos.

Essa ordem deve conter uma obrigação às empresas de IA, para que as que recebem contratos federais sejam politicamente neutras e imparciais (Imagem gerada com IA via DALL-E/Vitória Gomez/Olhar Digital)

Por que os EUA querem “transformar” a IA?

  • Desde o lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022, essa tecnologia simplesmente explodiu “incontrolavelmente“;
  • Políticos conservadores argumentam que as IAs são politicamente liberais;
  • As empresas do setor foram criticadas por respostas específicas que irritaram consumidores ou por imagens que não descrevem personagens da história da humanidade, como as pessoas de cor;
  • Um deles foi o Gemini. O Google precisou tomar medidas, no ano passado, após sua IA criar um George Washington (primeiro presidente dos EUA) negro e nazistas racialmente diversos;
  • A situação inusitada trouxe problemas para o “barão” da IA David Sacks, o conselheiro sênior de política da Casa Branca para a IA, Sriram Krishnan, dois principais conselheiros de tecnologia do presidente Donald Trump, entre outros, segundo as fontes do Journal.

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Possíveis impactos

Já que são várias as empresas do setor que brigam para ter contratos com o governo estadunidense, essa ordem pode impactar a muitos e forçar desenvolvedores a serem mais cuidadosos quando desenvolverem seus modelos de IA.

Como sabemos, os modelos de IA são treinados com base em informações na internet e outros materiais publicados. Por vezes, eles “alucinam” e geram respostas erradas ou surpreendentes. Assim sendo, a identificação que está causando imprecisões ou vieses percebidos pode ser dificultada.

A ordem executiva do governo deverá ser divulgada ao lado várias outras na semana que vem, mostrando o desejo de Trump de vencer a China na guerra da IA, dizem fontes. É quando o presidente estadunidense deve falar de seu “plano de ação” para a tecnologia.

Outra ordem também é esperada; mas ela deve citar as exportações de chips e ferramentas de IA usando organizações, como o banco de importação dos EUA.

A ideia de Trump é priorizar que tecnologias utilizadas por países amigos dos EUA sejam alimentadas pela IA estadunidense, deixando os produtos chineses de lado.

Nessa linha, Sacks e Krishman são dois que estão liderando um esforço para acelerar as exportações de chips de IA de alto desempenho da Nvidia para países, como os Emirados Árabes.

Outro foco das divulgações deverá acelerar permissões para data centers que vão treinar modelos da tecnologia e acelerar a produção de energia para eles. Trump, Sacks e mais funcionários do governo saudaram as dezenas de bilhões de dólares em investimentos nesses projetos em Pittsburgh (EUA) no início da semana, aponta o WSJ.

donald trump acena
Trump tem adotado várias medidas para vencer a guerra das IAs com a China (Imagem: Rawpixel.com/Shutterstock)

Controvérsias

A expectativa é que a ordem relacionada à Woke AI esteja entre as medidas mais controversas, pois pode ser enxergada por alguns na indústria de tecnologia como a favorita dos desenvolvedores.

Um exemplo é a xAI, empresa de Elon Musk e dona do Grok, que faz da neutralidade política e “anti-acordado” suas prioridades. Contudo, vem enfrentando críticas, pois sua IA fez vários comentários antissemitas e elogiou Adolf Hitler.

Musk e Sacks são amigos próximos e ex-colegas, mas o bilionário sul-africano deixou, recentemente, o governo, tanto para cuidar melhor de suas empresas, como, também, por ter se tornado “inimigo” de Trump e ter iniciado uma disputa política com o presidente.

Já algumas startups buscaram desenvolver IAs sem salvaguardas e evitar o que considera como censura. Uma delas é a Anthropic, vista como mais “liberal”, pois contratou vários altos funcionários do governo de Joe Biden.

A startup também se opôs a diversos posicionamentos do governo quanto às exportações de chips e regulamentações da IA, virando alvo de críticas de Sacks e outras autoridades, segundo fontes. A Anthropic se defendeu, dizendo que suas atitudes não têm motivação política.

A Casa Branca não respondeu a pedidos de comentário solicitados pelo periódico e um porta-voz do Escritório de Políticas de Ciência e Tecnologia se recusou a falar sobre o assunto.

Mão humana e braço robótico formando um coração — conceito de amor, inteligência artificial e bate-papo virtual. / Crédito: TSViPhoto (Shutterstock)
Expectativa é que a ordem relacionada à Woke AI esteja entre as medidas mais controversas, pois pode ser enxergada por alguns na indústria de tecnologia como a favorita dos desenvolvedores (Imagem: TSViPhoto/Shutterstock)

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/07/18/pro/eua-preparam-terreno-pela-por-uma-ia-neutra-entenda/