
Gigantes da tecnologia estão construindo cabos submarinos pelos mares do mundo inteiro. Google e Meta, por exemplo, já anunciaram projetos grandiosos nesse sentido – e elas não são as únicas. A instalação e operação deste tipo de infraestrutura costuma ficar com as empresas de telecomunicações e consórcios estatais, então por que as big techs ficaram tão interessadas?
A resposta é relativamente simples: as companhias querem dar conta de demanda por conexão e banda larga na internet, principalmente com a expansão no uso da inteligência artificial.
Cabos submarinos viabilizam a grande maioria da internet no mundo
Para se ter uma ideia, estimativas da Global Digital Inclusion revelam que cerca de 95% do tráfego global de internet passa pelos cabos submarinos. Os satélites até complementam esse papel, mas em menor quantidade.
Basicamente, cabos de fibra óptica posicionados no fundo do oceano são a ‘estrada’ para a grande maioria da infraestrutura de internet, dados e telecomunicações no mundo. Isso vai desde usar as redes sociais até realizar chamadas telefônicas internacionais ou transações financeiras.
Normalmente, esse é um setor dominado por consórcios estatais ou empresas do setor de telecomunicações. Já na última décadas, as companhias de tecnologia têm se interessado.

Por que as big techs se interessaram por esse setor?
Microsoft, Amazon, Google e Meta são algumas das big techs que já têm projetos de cabos submarinos.
A Meta, por exemplo, anunciou em fevereiro deste ano o Projeto Waterworth, que pretende construir o cabo submarino mais longo do mundo. Segundo a companhia, a estrutura se estenderá por 50 mil quilômetros pelos cinco continentes, sendo mais longo que a circunferência da Terra. Quando a construção estiver pronta, levará tecnologia de alta capacidade para os Estados Unidos, Brasil, Índia, África do Sul e outras regiões.
O Google não ficou para trás. No início do mês, a companhia anunciou que investiu em um sistema de mais de 30 cabos submarinos ao redor do mundo, chamado Sol. Ele vai conectar Estados Unidos, Bermudas, Açores e Espanha, com capacidade para atender à demanda crescente por “serviços do Google Cloud e de IA nos EUA, Europa e além”.
Como ficou claro, as big techs querem expandir sua capacidade de conectividade ao redor do mundo, principalmente em um cenário de popularização e grandes investimentos em IA (que demanda muito poder computacional).
Segundo a empresa de pesquisa de telecomunicações TeleGeography, ao site CNBC, um fluxo constante de investimentos no setor de cabos submarinos impulsionou um “tremendo crescimento” nessa infraestrutura nos últimos anos. E não há sinais de desaceleração.

Cabos submarinos garantem conectividade ao redor do mundo
De acordo com Alex Aime, chefe de infraestrutura de rede da Meta, à CNBC, o projeto de cabos submarinos tem três objetivos: garantir capacidade, resiliência e alcance global. Ela destacou como a inteligência artificial (na qual a empresa investe milhões) requer “computação, dados e conectividade”.
Nigel Bayliff, diretor sênior de redes submarinas globais do Google, também chamou a atenção para a importância dos cabos na transmissão de dados entre países Segundo ele, 99% de toda a transmissão internacional passa por essa estrutura.
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No entanto, há desafios:
- Segundo Aime, nem todos os cabos nos quais a Meta investiu estão operando atualmente. Fatores geopolíticos e problemas de confiabilidade com a tecnologia no fundo do mar atrapalham alguns esforços;
- Já Bayliff destacou que a instalação demora cerca de quatro anos, incluindo seleção de rota, licenças para pesquisa e operação, testes e a construção do cabo em si;
- Além disso, como o Olhar Digital reportou, os cabos submarinos também passam por ameaças de outros países, como Rússia e China. Saiba os detalhes aqui.
O post Google e Meta estão investindo em cabos submarinos ao redor do mundo. Qual o motivo? apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/07/18/pro/google-e-meta-estao-investindo-em-cabos-submarinos-ao-redor-do-mundo-qual-o-motivo/