veja o que disseram os filhos de Jair Bolsonaro sobre ação da PF – Agenda do Poder

Os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram às redes sociais nesta sexta-feira (18) para se manifestar contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que o ex-presidente utilize tornozeleira eletrônica, cumpra recolhimento domiciliar noturno, além de estar proibido de acessar redes sociais, se comunicar com aliados investigados — incluindo seus próprios filhos — e se aproximar de embaixadas. A decisão, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, foi acompanhada de uma operação da Polícia Federal que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de Bolsonaro.

Durante a operação, foram apreendidos cerca de US$ 14 mil, R$ 8 mil e o celular do ex-presidente. O julgamento do referendo começou hoje e já formou maioria para manter a decisão de Moraes.  

Pronunciamento dos filhos de Bolsonaro

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, que reside nos Estados Unidos desde março, afirmou que recebeu com “tristeza, mas sem surpresa” a operação da PF contra seu pai. Em nota publicada nas redes sociais, ele classificou Alexandre de Moraes como um “gangster de toga” e acusou o ministro de usar o STF como arma para perseguições políticas. Eduardo sugeriu que a decisão é uma tentativa de criminalizar ações do governo de Donald Trump, que impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, citando a investigação contra Bolsonaro como justificativa.

Ele afirmou que as medidas contra seu pai são uma retaliação de Moraes. Anteriormente, o próprio Jair chegou a se manifestar dizendo que o tarifaço teria mais a ver com “valores e liberdade do que com economia”, destacando ainda que esse é o jeito do governo estadunidense agir contra quem não segue seus ideais. 

Carlos Bolsonaro, o filho 03, também se pronunciou. Para o vereador do Rio, as ações contra seu pai configuram uma “perseguição criminosa”. Em um texto emotivo, ele descreveu Jair como um “homem honesto” e lamentou a injustiça das medidas. No post, o parlamentar criticou as restrições impostas, afirmando que, enquanto seu pai enfrenta sanções, “assassinos e corruptos vivem de forma livre no nosso país”.

Já o senador Flávio Bolsonaro, primogênito de Jair, classificou as medidas como uma “proposital humilhação” e afirmou que a proibição de contatos é um “símbolo do ódio” de Moraes. Para defender o pai, ele evocou o Mandela Day, celebrado nesta sexta-feira, que homenageia o legado do líder sul-africano no combate às injustiças sociais, sobretudo contra o Apartheid, até a década de 1990.

Contexto da decisão

A decisão do STF e a operação da PF intensificam o cerco jurídico contra Jair Bolsonaro, que enfrenta investigações relacionadas aos atos do 8 de janeiro. As medidas foram tomadas em meio a suspeitas de que o ex-presidente, em conjunto com seu filho Eduardo, estaria articulando pressões internacionais junto ao governo norte-americano, que impôs tarifas sobre produtos brasileiros citando as investigações contra Bolsonaro. A Primeira Turma do STF, com votos de Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin, formou maioria para manter as medidas cautelares, que visam evitar obstrução de Justiça. 

Bolsonaro, em contrapartida, nega qualquer intenção de descumprir a Justiça e classificou a imposição da tornozeleira como uma “humilhação suprema”, afirmando estar à disposição das autoridades. A defesa do ex-presidente considerou as medidas “severas” e expressou “surpresa e indignação”, enquanto o Partido Liberal (PL), em nota assinada por Valdemar Costa Neto, questionou a proporcionalidade da operação.