A tornozeleira eletrônica colocada no ex-presidente Jair Bolsonaro virou um dos símbolos mais marcantes da nova fase das investigações contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF). A medida foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes após pedido da Procuradoria-Geral da República, que apontou indícios graves de risco de fuga, obstrução de Justiça e até atentado à soberania nacional. A reportagem do G1 detalhou os sete principais pontos que embasaram a decisão.
1. Risco concreto de fuga do Brasil
A PGR alertou sobre a possibilidade de Bolsonaro tentar deixar o país para escapar de uma eventual condenação nas ações penais em andamento. A justificativa foi considerada “urgente”, e Moraes determinou o uso da tornozeleira e recolhimento domiciliar noturno — das 19h às 6h, inclusive nos fins de semana.
2. Obstrução de Justiça em parceria com Eduardo Bolsonaro
As autoridades suspeitam que Jair e Eduardo Bolsonaro agiram juntos para atrapalhar as investigações do STF. Uma transferência de R$ 2 milhões via Pix feita por Jair ao filho, já nos Estados Unidos, foi interpretada como possível indício de articulação para fuga ou blindagem de Eduardo. Ambos estariam, segundo a PGR, adotando medidas para interferir no processo penal.
3. Declaração que indicaria tentativa de extorsão contra a Justiça
Em entrevista, Bolsonaro sugeriu que a retirada de tarifas dos EUA contra o Brasil poderia estar atrelada a uma anistia a ele próprio. A fala foi vista por Moraes como “confissão voluntária” de tentativa de coação no processo e de atentado à soberania nacional.
4. Material comprometedor apreendido
Durante operação da Polícia Federal, foram encontrados dólares em espécie, um pen drive escondido no banheiro e uma cópia de uma ação judicial movida por uma plataforma ligada a Donald Trump contra Moraes nos EUA. Os objetos estão sob perícia e reforçam, segundo o STF, a suspeita de articulação internacional.
5. Pressão internacional contra o STF
A presença da ação judicial americana na residência de Bolsonaro levantou suspeitas de que ele estaria envolvido em uma campanha internacional para desacreditar e tentar anular decisões da Corte brasileira — o que, para o STF, fere diretamente a soberania do país.
6. As medidas impostas por Moraes
Além da tornozeleira, Bolsonaro está proibido de: usar redes sociais, comunicar-se com diplomatas e investigados (inclusive Eduardo Bolsonaro), entrar ou se aproximar de embaixadas e consulados. Ele também deve permanecer em casa à noite e nos fins de semana.
7. O que dizem Bolsonaro e sua defesa
Após a instalação da tornozeleira, Bolsonaro classificou a decisão como “suprema humilhação”, mas negou qualquer tentativa de fugir. Sua defesa alegou surpresa e indignação, afirmando que o ex-presidente cumpre rigorosamente as decisões judiciais.
Crimes em investigação
Bolsonaro é investigado por coação no curso do processo, obstrução de investigação contra organização criminosa e atentado à soberania nacional. As penas máximas somadas podem chegar a até 20 anos de prisão.
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Fonte: https://agendadopoder.com.br/bolsonaro-de-tornozeleira-os-sete-motivos-que-levaram-stf-a-impor-medida-extrema/
