
Bianca Borges, eleita a nova presidente, ao lado de Manuella Mirrella (Foto: UNE)
Neste domingo (20), a paulista Bianca Borges foi eleita presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) com 82,62%, durante o 60° Congresso da entidade, realizado em Goiânia (GO). Em votação no maior congresso estudantil da América Latina, a juventude brasileira elege a diretoria que vai liderar a entidade pelos próximos dois anos.
A chapa, que contou com o apoio dos grupos Movimento Canto de Coragem, Mutirão, Levante Popular da Juventude e juventudes dos partidos PT, PDT, PSB e Rede Sustentabilidade, obteve 5498 votos, que representa 82,62% contra 1146 votos da chapa opositora, que representa 17,23%.
Estudante de letras no Instituto Federal de São Paulo (IFSP), Bianca Borges é atualmente presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP) e já foi diretora de Relações Internacionais da UNE. Borges sucede a estudante de engenharia ambiental Manuella Mirella, que estava na presidência da entidade desde 2023.

“No próximo período, a UNE tem como agenda fortalecer as mobilizações pelo fim da escala 6×1, pela retirada da educação do arcabouço fiscal, pela soberania brasileira, diante dos ataques e chantagem de Trump, além da taxação das grandes fortunas”, disse Bianca, a nova presidente da entidade.
“Bianca é a síntese de uma geração que não se cala diante dos retrocessos. Uma mulher periférica, militante, que carrega na trajetória o compromisso com a democracia, com o Brasil profundo e com o povo que precisa da UNE como instrumento de luta e transformação”, disse Manuella Mirella, agora ex-presidente da UNE.
Além da eleição, os participantes votaram também em propostas relativas à educação e ao movimento estudantil que definem as diretrizes para as ações para a nova gestão.

MENOS JUROS E MAIS EDUCAÇÃO
Magu Haddad, membro da chapa vitoriosa representando o movimento Mutirão e a Juventude Pátria Livre (JPL) afirmou em suas redes que a nova gestão da UNE terá o papel de continuar a defender a Democracia, a Educação e fazer a maior campanha por menos juros e mais educação.
“A gente precisa começar a inverter a lógica, precisa parar de mandar dinheiro para banqueiro, pois no ano passado o país passou quase R$ 1 trilhão de juros para banqueiro. Precisamos começar a investir na educação, porque cada um sabe o que falta nas universidades!”, disse.
Magu, que é estudante de Química da Universidade Estadual Paulista (UNESP), começou sua trajetória ainda no movimento secundarista, quando foi eleita em 2016 para a gestão da recém refundada União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Araraquara (UMESA), no interior de São Paulo. Ao ingressar na universidade foi eleita presidente do Diretório Acadêmico Waldemar Safiotti do Instituto de Química da UNESP de Araraquara e logo também foi eleita representante discente no Conselho Universitário da UNESP.
“É preciso que a gente consiga reajustar os auxílios de permanência estudantil, que a gente consiga restaurantes universitários de qualidade em cada universidade, que nas universidades privadas a gente tenha um restaurante popular perto, porque a gente sabe que muitos estudantes das universidades privadas precisam trabalhar o dia inteiro para pagar sua universidade e estudar à noite. É preciso também que a gente consiga uma regulamentação no ensino privado, para que a gente pare de ter uma mensalidade abusiva a cada ano, sem inclusive uma base de cálculo”, afirmou Magu.
Fonte: https://horadopovo.com.br/une-elege-bianca-presidente-e-aprova-luta-pelo-fim-do-arcabouco-na-educacao-e-da-escala-6×1/