23 de julho de 2025
Crescimento, estigmas e paixão: a superação de um tatuador no
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Na ponta da agulha, um traço que carrega mais do que tinta — carrega histórias, sentimentos e coragem. Aos 33 anos, Rubens Rodrigues Chaves já deixou sua marca na pele e na vida de centenas de pessoas. Natural do interior do estado, ele chegou em São Luís apenas com a vontade de vencer, e hoje é um nome de referência no universo da tatuagem maranhense.

Sua relação com a arte começou ainda na infância, incentivado por familiares, principalmente tias que trabalhavam com educação. Os desenhos escolares, as letras caprichadas em cartazes e as experiências com formas e traços foram, aos poucos, abrindo caminho para um futuro que ainda nem ele imaginava. A tatuagem entrou em sua vida não como um impulso, mas como um caminho que se desenhou com o tempo — até que um dia decidiu eternizar em si mesmo suas primeiras três estrelas, homenagem às Três Marias do céu.

Mas o caminho até se tornar tatuador profissional, há cerca de seis anos, não foi simples. “Os maiores desafios que enfrentei foram a falta de apoio e críticas de colegas. Além disso, por não ser daqui de São Luís, senti na pele o peso de não ter uma rede de apoio”, relembra Rubens. No começo, nem a própria família acreditava na escolha. “Muitos viam como algo marginalizado”, conta. Ainda assim, desistir nunca foi uma opção. “A tatuagem sempre foi minha paixão.

Hoje, ele vê a tatuagem como uma forma poderosa de expressão artística. Para Rubens, é uma ponte entre a arte e o afeto: “Através da tatuagem, consigo me realizar e fazer parte da história de cada cliente que conheci.” E essa troca não é pouca coisa. “Cada tatuagem carrega um sentimento. Fazer parte disso é uma sensação imensa de gratidão.”

Ainda assim, os estigmas persistem. “No começo, fui muito julgado. As pessoas associavam tatuagem à criminalidade. Isso vem mudando, mas ainda há resistência”, lamenta. Apesar disso, Rubens enxerga a cena da tatuagem no Maranhão com otimismo: “Tem espaço pra crescer, sim. Mas é preciso dedicação constante e vontade de evoluir.”

Parte desse crescimento, segundo ele, também pode vir de um olhar mais atento à cultura local. “A tatuagem pode, sim, expressar a cultura maranhense. A gente sente isso nas escolhas dos clientes e nos temas que querem eternizar.”

Entre conquistas e superações, Rubens destaca sua participação em campeonatos de tatuagem — vitórias no Ceará e no Maranhão — e, principalmente, a coragem de ter deixado o interior rumo à capital, enfrentando o desconhecido. “Foi minha maior superação. Hoje olho pra trás e vejo o quanto cresci.”

Ao pensar no futuro, ele é direto: quer continuar evoluindo, mesmo que isso exija sair da zona de conforto. E para quem está começando agora, ele deixa um recado: “Tenha perseverança. São muitos tatuadores, mas o diferencial está na sua vontade de crescer.”

Em um mundo onde cada vez mais pessoas buscam formas de se expressar, Rubens transforma pele em tela, dor em arte e momentos em eternidade. E é com gratidão que ele segue pronto para desenhar o que palavras não conseguem dizer.

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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/07/crescimento-estigmas-e-paixao-a-superacao-de-um-tatuador-no-maranhao/