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O economista Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2008, destacou o Pix como um exemplo de inovação que pode inspirar o futuro das transações financeiras globais. Em artigo publicado nesta terça-feira (22), Krugman levantou a pergunta: “O Brasil inventou o futuro do dinheiro?” — uma referência direta ao sucesso e à eficiência do sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo Banco Central.
Na visão do economista, o Pix representa um avanço significativo na oferta de serviços financeiros acessíveis e modernos à população, algo que países desenvolvidos, como os Estados Unidos, ainda relutam em implantar por pressão do setor privado. “O sistema financeiro americano tem poder demais e nunca permitiria que um sistema público competisse com seus produtos”, criticou.
Estados Unidos investigam Pix em meio a lobby de grandes empresas
Apesar da consagração internacional, o Pix se tornou alvo de investigações comerciais conduzidas pelo governo dos Estados Unidos. O sistema brasileiro foi citado em um documento oficial que lista supostas “práticas injustas” adotadas pelo Brasil para favorecer sua infraestrutura pública de pagamentos.
Fontes do governo brasileiro, no entanto, apontam que a inclusão do Pix teria sido motivada por pressão de grandes bandeiras de cartões de crédito, como Mastercard e Visa, incomodadas com a rápida adesão do sistema e sua capacidade de reduzir custos para consumidores e empresas. A expectativa é que a investigação não avance.
Pix se consolida como modelo de inclusão e eficiência
Lançado em 2020, o Pix transformou radicalmente o cenário dos meios de pagamento no Brasil. Gratuito, instantâneo e acessível, o sistema impulsionou a inclusão financeira de milhões de brasileiros, reduziu a dependência de cartões e bancarizou setores antes excluídos do sistema tradicional.
Krugman também citou, com preocupação, um projeto aprovado na Câmara dos Deputados dos EUA que impede o Federal Reserve de sequer estudar a criação de uma moeda digital pública. Segundo ele, a resistência ao modelo do Pix revela o poder de corporações financeiras sobre políticas públicas em países como os Estados Unidos.
Ao defender a ampliação de sistemas como o Pix para pessoas físicas e pequenas empresas, o economista reforça o protagonismo do Brasil em uma área estratégica da economia digital. A valorização dessa inovação nacional não apenas eleva o prestígio do país no cenário global, como sinaliza um novo caminho para o desenvolvimento econômico mais justo e moderno.