
Os microplásticos estão presentes em praticamente todos os lugares, sendo identificados na água e até no solo. Além disso, já foram encontradas em diversos órgãos humanos, podendo gerar graves problemas de saúde.
Agora, pela primeira vez no Brasil, estas pequenas substâncias foram localizadas em placentas e cordões umbilicais. A descoberta foi descrita em estudo publicado na revista Anais da Academia Brasileira de Ciências.

Mães estão ‘passando’ partículas para os bebês antes mesmo deles nascerem
Os pesquisadores brasileiros explicam que a placenta é um grande filtro e que pouquíssimas coisas conseguem passar por ela. Por isso, eles não se surpreenderam ao encontrar os microplásticos ali. No entanto, a pesquisa realizada em Maceió, capital de Alagoas, também identificou a presença das partículas no cordão umbilical, o que indica que elas conseguiram superar a barreira natural.
A equipe analisou amostras de dez gestantes do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes e do Hospital da Mulher Dra. Nise da Silveira, em Maceió. Elas foram submetidas a uma técnica capaz de identificar a composição química de moléculas com grande precisão. As amostras de placenta apresentaram 110 partículas de microplásticos, e 119 foram encontradas nos cordões umbilicais. Os compostos mais presentes foram o polietileno, usado na fabricação de embalagens plásticas descartáveis e a poliamida, que faz parte da composição de tecidos sintéticos.

O trabalho também mostrou que essa contaminação aumentou ao longo do tempo, já que os microplásticos foram encontrados em 60% das amostras colhidas em 2006, 90% em 2013 e 100% em 2021. Os cientistas agora querem ampliar a quantidade de amostras colhidas para 100 gestantes e buscar correlações entre a contaminação e complicações durante a gestação ou problemas de saúde identificados logo após o nascimento dos bebês.
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Efeitos dos microplásticos ainda não são totalmente conhecidos
- Os microplásticos são pequenas partículas sólidas de materiais baseados em polímero com menos de cinco milímetros de diâmetro.
- Além de levar milhares, ou até milhões de anos para se decompor, elas estão espalhadas por todo o planeta, inclusive na própria água potável.
- Essas substâncias podem ser divididas em duas categorias: primárias e secundárias.
- Os primários são projetados para uso comercial: são produtos como cosméticos, microfibras de tecidos e redes de pesca.
- Já os secundários resultam da quebra de itens plásticos maiores, como canudos e garrafas de água.
- Este tipo de material já foi detectado em diversos órgãos humanos, sendo encontrados no sangue, cérebro, coração, pulmões, fezes e até mesmo em placentas.
- Embora os impactos à saúde humana ainda não sejam totalmente conhecidos, experimentos indicam que as substâncias podem ser consideradas um fator ambiental para a progressão de doenças como o Parkinson.
- Estudos recentes sugeriram que a exposição aos microplásticos pode, inclusive, afetar a produção de espermatozoides nos testículos, contribuindo para o declínio da fertilidade.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/07/25/medicina-e-saude/microplasticos-sao-encontrados-em-placentas-e-cordoes-umbilicais/