27 de julho de 2025
Deputados deixam acampamento em frente ao STF após ordem de
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Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ) e outros parlamentares deixaram, na madrugada deste sábado (26), o acampamento que haviam iniciado em frente à sede da Corte, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A determinação, expedida na noite anterior, foi cumprida com a mediação direta do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que foi pessoalmente ao local para garantir a retirada dos manifestantes.

A decisão de Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinava a imediata remoção dos parlamentares e de qualquer outro indivíduo que estivesse participando da manifestação. O ministro autorizou, inclusive, prisão em flagrante por desobediência ou resistência, caso houvesse recusa em acatar a ordem judicial.

Além de Hélio Lopes, o despacho cita os deputados Sóstenes Cavalcante (PL-AL), Cabo Gilberto Silva (PL-PB), Coronel Chrisóstomo (PL-RO) e Rodrigo da Zaeli (PL-MT), todos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A mobilização foi uma reação a recentes decisões do STF contra Bolsonaro, que passou a cumprir medidas cautelares impostas pela Corte, como o uso de tornozeleira eletrônica, no contexto das investigações sobre uma tentativa de golpe de Estado.

Em suas redes sociais, Hélio Lopes afirmou que foi ao local para “deixar um recado”, e se disse em protesto silencioso. “Ajoelhei diante do STF com um esparadrapo na boca, a Bíblia na mão e a Constituição no peito. […] Enquanto calarem Bolsonaro, censurarem o povo e zombarem da nossa fé, eu vou resistir — nem que seja com silêncio”, escreveu em carta aberta publicada no Instagram.

Já o deputado Chrisóstomo, também pelas redes sociais, criticou duramente a decisão do ministro: “Ameaçaram nos prender. Ditadura, vivemos em uma ditadura no Brasil”. Lopes reforçou a acusação em sua conta no X (antigo Twitter): “Ditadura. Mil vezes ditadura”.

O deputado Sóstenes Cavalcante, por sua vez, negou que estivesse em Brasília no momento da ordem judicial. “Avisem o ministro Alexandre de Moraes que ele deve estar confundindo os fatos ou surtando. Estou no Rio de Janeiro, trabalhando na minha base eleitoral”, afirmou. “O STF agora expulsa deputados eleitos por ‘possível crime’: sem flagrante, sem crime, sem nem estarmos presentes.”

A situação levou ao fechamento total da Praça dos Três Poderes pela Polícia Militar do Distrito Federal, como forma de prevenir novas manifestações e evitar uma escalada de tensão semelhante aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Segundo a PMDF, não há previsão de reabertura do local.

Poucas horas depois da primeira ordem, Moraes estendeu a proibição a um raio de um quilômetro ao redor da Praça dos Três Poderes, incluindo a Esplanada dos Ministérios e áreas em frente a quartéis das Forças Armadas. O ministro justificou a medida como necessária para garantir a ordem pública e impedir “novos eventos criminosos semelhantes” aos do início de 2023.

As decisões foram tomadas no âmbito do inquérito das fake news, que investiga a atuação de autoridades públicas e influenciadores na propagação de desinformação e no incentivo a atos antidemocráticos.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/deputados-deixam-acampamento-em-frente-ao-stf-apos-ordem-de-alexandre-de-moraes/