
Se machucar é sempre uma situação desconfortável e dolorosa. Todo mundo já teve alguma ferida, seja ela pequena ou mais grave, e sabemos que o corpo consegue regenerá-la sozinho. Mas você já se perguntou como o seu organismo faz para curar esses ferimentos?
A cicatrização é uma das respostas mais sofisticadas do corpo diante de uma lesão. Ela envolve várias células, sinais químicos e etapas bem definidas. Embora pareça simples, curar uma ferida exige uma complexa sequência de reações fisiológicas, que podem ser influenciadas por fatores como alimentação, idade, presença de doenças e até genética.
Neste artigo, explicamos como ocorre e os elementos essenciais para que o corpo reconstrua a pele de forma eficiente.
Como o corpo se cura de feridas?
A cura de uma ferida consiste no reparo dos tecidos danificados por meio da regeneração celular ou pela formação de cicatrizes. Tudo começa com o rompimento da pele, uma barreira que protege o corpo contra agentes externos. Quando essa proteção é quebrada, uma sequência organizada de eventos é acionada para restaurar a integridade da região.
O que é uma ferida?
Uma ferida é qualquer lesão que cause ruptura na continuidade da pele, podendo atingir diferentes camadas, da epiderme (mais superficial) até tecidos mais profundos, como músculos, vasos e ossos. O tipo e a gravidade da lesão vão determinar como será o processo de cura.
Como funciona a cicatrização?
A cicatrização é o resultado de um conjunto de mecanismos que envolvem coagulação do sangue, combate a agentes infecciosos, regeneração celular e remodelação do tecido. Esses processos se dividem em fases bem definidas, e o sucesso da cura depende do bom andamento de cada uma.

As 4 fases da cicatrização de feridas
O processo de cicatrização é dividido em quatro fases principais, cada uma com funções específicas:
1. Hemostasia
A hemostasia é a primeira resposta do corpo após uma lesão, com o objetivo de parar o sangramento rapidamente. Ocorre a vasoconstrição e as plaquetas se agrupam para formar um coágulo, que age como uma barreira física. Esse coágulo protege a ferida contra micro-organismos e toxinas, além de preparar o local para as próximas fases da cicatrização.
2. Inflamação
Entre 24 a 72 horas depois, o organismo ativa uma resposta inflamatória. Neutrófilos e macrófagos chegam ao local para combater possíveis infecções e remover tecidos mortos. Eles também liberam substâncias que atraem células importantes para a regeneração, como fibroblastos e células epiteliais.

3. Proliferação
Na fase de proliferação, o corpo inicia a reconstrução da área lesionada. Surge o tecido de granulação, rico em novos vasos sanguíneos, que dá à ferida um aspecto avermelhado. O organismo passa a produzir colágeno tipo III, essencial para sustentar a região.
As células epiteliais começam a cobrir a ferida (reepitelização), enquanto os miofibroblastos ajudam a fechar o ferimento, puxando suas bordas para o centro. Essa fase pode durar dias ou semanas, conforme a gravidade da lesão.
4. Remodelação (ou maturação)
É a fase mais longa, podendo durar meses. O colágeno tipo III é gradualmente substituído pelo colágeno tipo I, mais resistente. O tecido cicatricial se organiza, vasos desnecessários são reabsorvidos e a cicatriz final se forma.
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Fatores que influenciam a cicatrização

Nem toda ferida cicatriza da mesma forma ou no mesmo tempo. Diversos fatores podem acelerar ou retardar o processo:
- Idade avançada: reduz a capacidade de regeneração;
- Diabetes: dificulta a circulação e eleva risco de infecção;
- Infecções: interrompem as fases normais da cura;
- Má nutrição: compromete a produção de colágeno e energia celular.
A importância da nutrição

Para que a cicatrização ocorra de forma adequada, o corpo precisa de nutrientes específicos, como:
- Proteínas: fundamentais para regeneração e produção de colágeno;
- Carboidratos: fornecem energia para as células;
- Gorduras saudáveis: ajudam na absorção de vitaminas;
- Vitaminas A, B, C, E e minerais como zinco, ferro e cobre: participam de reações enzimáticas essenciais;
- Aminoácidos como arginina e prolina: estimulam a formação de colágeno.
Em casos de lesões graves ou cicatrização lenta, a suplementação nutricional pode ser recomendada por um profissional de saúde.
Regeneração: quando a pele se recompõe sozinha

Em certos casos, como em lesões superficiais ou em tecidos com alta capacidade de proliferação, a cura pode ocorrer por regeneração, ou seja, as células destruídas são substituídas por células idênticas, sem deixar cicatriz. Isso é possível quando:
- As células da região têm capacidade de se replicar;
- A estrutura de colágeno (membrana basal) permanece intacta;
- Não há infecção ou falta de oxigenação no local.
Um exemplo clássico é o da necrose tubular aguda nos rins, em que as células se regeneram completamente, deixando o órgão funcional e sem marcas. Quando a regeneração não é viável, como no caso de neurônios ou de grandes traumas, a cura ocorre por reparo, com formação de tecido cicatricial.
O post Como uma ferida no corpo se cura “sozinha”? Descubra o curioso processo de cicatrização apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/08/01/medicina-e-saude/como-uma-ferida-no-corpo-se-cura-sozinha-descubra-o-curioso-processo-de-cicatrizacao/