
O assessor-chefe da assessoria especial da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou neste sábado (2) que o Brasil é contrário à adoção de sanções econômicas unilaterais, especialmente quando não respaldadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU). A declaração ocorre em meio a uma nova rodada de pressão dos Estados Unidos sobre países como Brasil e Índia para reduzirem ou encerrarem a importação de petróleo da Rússia.
Ao ser questionado sobre a posição brasileira diante do apelo norte-americano, Amorim foi direto: “Somos contra sanções econômicas em qualquer caso, salvo quando autorizado pelo CSNU”.
Nesta semana, parlamentares norte-americanos estiveram reunidos com congressistas brasileiros para reforçar o pedido de interrupção do comércio de petróleo com a Rússia. Segundo os visitantes, essa seria uma condição para que os Estados Unidos considerem a possibilidade de reduzir tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros.
A ofensiva diplomática integra a estratégia do governo de Donald Trump de ampliar o isolamento internacional da Rússia em resposta à continuidade da guerra na Ucrânia. A Casa Branca tem adotado sanções e medidas comerciais punitivas contra países que mantêm laços econômicos com Moscou.
Índia também desafia pressão americana
Apesar da postura firme dos Estados Unidos, a Índia indicou que continuará importando petróleo russo. Segundo o The New York Times, o país foi alvo de tarifas norte-americanas de 25% a partir de 1º de agosto e pode enfrentar sanções adicionais, conforme advertiu o governo Trump.
O presidente norte-americano também criticou o relacionamento entre Rússia e Índia, afirmando que a maior parte dos equipamentos militares e da energia comprada por Nova Délhi provém de Moscou, o que classificou como “não bom”.
Ainda assim, Trump minimizou a gravidade da situação, afirmando em publicação no Truth Social: “Não me importa o que a Índia faça com a Rússia. Eles podem derrubar suas economias mortas juntos”.
A posição brasileira, reiterada por Amorim, reafirma a política externa de não alinhamento automático e preservação da autonomia nacional em decisões de comércio e diplomacia internacional.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/brasil-rejeita-sancoes-economicas-e-mantem-comercio-com-russia-diz-celso-amorim/