4 de agosto de 2025
Trump diz que Brics “acabará muito rápido” se ameaçar o
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A administração federal concluiu um plano estratégico com o objetivo de atenuar os efeitos da tarifa adicional de 50% imposta aos produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O conjunto de ações econômicas deve começar a ser divulgado ao longo desta semana.

O plano emergencial está finalizado, embora tenha passado por ajustes desde a publicação, na última quarta-feira (30/7), da relação de setores excluídos da cobrança, que isenta aproximadamente 700 itens.

A menos que o governo norte-americano adie a decisão, a taxação entra em vigor nesta quarta-feira (6/8), atingindo produtos como café, frutas, carne bovina e itens do setor têxtil, entre outros. De acordo com fontes ligadas às negociações no Palácio do Planalto, ainda não foi decidido se as medidas de resposta serão divulgadas de forma unificada ou divididas por segmento econômico. A partir desta segunda-feira (4), o vice-presidente e titular da pasta de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, dará início a uma nova rodada de encontros com empresários exportadores diretamente impactados para concluir o plano de suporte.

Estima-se que cerca de 35,9% das exportações brasileiras destinadas aos Estados Unidos sejam atingidas pela nova tarifa. Considerando os dados de 2024, isso representa um volume de US$ 14,5 bilhões na balança comercial. Em determinados setores, a elevação da tributação — somada às alíquotas já vigentes — compromete completamente a viabilidade de exportação.

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), em comunicado, declarou que a nova tarifa sobre a carne bovina pode alcançar 76%, o que tornaria as vendas ao mercado americano inviáveis. Já a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) calcula que cerca de 20% das exportações do setor serão impactadas, com perdas que podem chegar a US$ 2 bilhões.

Para a economista Daniela Freddo, docente do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), a resposta brasileira ao tarifaço deve estar pautada na ampliação da presença em mercados alternativos. Segundo ela, há espaço para expansão da carne bovina em países asiáticos e no Oriente Médio, bem como do café em regiões como a Europa Oriental e o continente africano — desde que haja investimento contínuo na elevação da qualidade dos produtos.

No caso dos bens industrializados, Freddo acredita que o momento pode impulsionar o fortalecimento das cadeias produtivas nacionais e estimular parcerias comerciais com nações do Mercosul e o México. Já segmentos como papel e madeira podem avançar por meio de certificações ambientais robustas, visando mercados mais exigentes como os da Ásia e da Europa. “O essencial é transformar esse abalo externo em uma chance concreta de acelerar a diversificação de destinos e consolidar uma política comercial brasileira com foco estratégico e sustentável no longo prazo”, conclui a professora.

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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/08/governo-finaliza-plano-para-reduzir-impacto-de-tarifa-dos-eua-sobre-exportacoes-brasileiras/