7 de agosto de 2025
Troca de farpas sobre Jaé marca sessão desta quarta-feira, reservada
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O segundo semestre da Câmara do Rio voltou em clima de tensão. Houve discussão durante a sessão extraordinária desta quarta-feira (6) iniciada por Flávio Valle (PSD) em resposta às falas de Pedro Duarte (Novo) no plenário de ontem (5) sobre o Jaé. O opositor de Paes fez denúncias sobre problemas operacionais do novo sistema de bilhetagem de Eduardo Paes (PSD).

Tradicionalmente, as sessões de quarta acontecem em comum acordo de não levantar pautas polêmicas, adiantando projetos carta branca para evitar o acúmulo de matérias em tramitação na Casa. Valle, no entanto, deixou a tradição de lado e usou o tempo de fala para sair em defesa do programa.

“O colega da oposição disse ontem que o Jaé já era. Preciso concordar: já era a caixa-preta do RioCard”, afirmou. Segundo ele, o número de falhas foi pontual frente ao total de viagens. “Foram menos de 1%. Implementar um sistema que vai atender mais de um milhão de cariocas por dia tem seus problemas, e a prefeitura não nega, falhas podem acontecer. Estive com a secretária de Transportes e todas as falhas estão sendo corrigidas”. 

Oposição aproveitou o tema e a discussão foi firmada

A fala provocou reação imediata de Rogério Amorim (PL), que questionou o tom usado pelo governista e alfinetou o colega da base. “Acredito que quarta-feira não seja o momento pra entrar nesse tipo de discussão. Provavelmente o vereador precisou de tempo para preparar uma desculpa, porque não respondeu na hora. Talvez precisasse de orientação da chefia”, ironizou.

Com o clima já quente, Pedro Duarte também foi à tribuna. “Quarta-feira não é o dia em que trazemos polêmicas, mas uma resposta se faz necessária. Me surpreende um vereador criticar outro por fiscalizar. Isso é o mínimo do papel parlamentar”, ressaltou.

O vereador disse ser favorável à licitação da bilhetagem e a operação por uma empresa externa, no entanto, reiterou a necessidade de fiscalização constante. “Não estou dizendo que o sistema é um caos, mas que precisa ser fiscalizado”, completou.

Márcio Ribeiro (PSD), líder do governo, fez coro à defesa do sistema e saiu em defesa do prefeito e do novo sistema de bilhetagem. “Estamos rompendo com um monopólio que levou o sistema ao colapso”.

Ribeiro minimizou as falhas iniciais. “Tudo que muda nossa rotina traz dificuldade no início. Não faltou preparo nem sensibilidade”, disse. “Precisamos ter governantes de coragem de tomar as decisões quando elas precisam ser tomadas”.

“Quem fez a caixa-preta foi o próprio Eduardo Paes”, disse Messina

A defesa entusiasmada da base provocou uma resposta dura de Paulo Messina (PL). “É a marca registrada do grupo do Eduardo: o trombadinha que bate sua carteira e grita ‘pega ladrão’. Ele tenta se descolar da responsabilidade como se não tivesse nada a ver com isso”, falou o vereador.

Segundo o parlamentar, o edital de concessão da primeira gestão de Paes beneficiou empresas que já operavam o sistema.  “Quem fez a caixa-preta foi o próprio Eduardo Paes. Agora ele está voltando atrás tentando a transparência na bilhetagem”, disse.

Força de Segurança Municipal entra na pauta e eleva tensão

Perto do fim, o debate ganhou novo rumo quando Ribeiro mencionou, em defesa do prefeito, a criação da Força de Segurança Municipal (FSM). Rogério Amorim não deixou passar a oportunidade de criticar a gestão do Executivo. Ribeiro voltou ao microfone para defender o prefeito outra vez.

Com a sucessão de réplicas e tréplicas, Tânia Bastos (Republicanos), na presidência da sessão, teve que intervir. “Esta é uma Casa de diálogo, mas precisamos respeitar o tempo. Peço que cumpram os prazos nas falas por comunicação de liderança e questão de ordem”.

Paulo Messina, fazendo o mea culpa, sugeriu a volta do sinal vermelho que avisa os parlamentares sobre o tempo de fala. É que agora o aviso só aparece no painel em frente à tribuna, e no fim do tempo. “Às vezes você está empolgado e não está olhando o painel”.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/camara-do-rio-troca-de-farpas-sobre-jae-marca-sessao-desta-quarta-feira-reservada-para-pautas-menos-polemicas/