9 de agosto de 2025
Morre o sambista Arlindo Cruz, aos 66 anos
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Arlindo Domingos da Cruz Filho, mais conhecido como Arlindo Cruz, morreu nesta sexta-feira (8). A informação foi confirmada pela mulher da artista ao G1. Arlindo Cruz foi um dos principais nomes da música brasileira. 

Cantor, compositor e instrumentista, o artista participou do grupo Fundo de Quintal até iniciar a carreira solo nos anos 1990, compôs músicas para outros ícones brasileiros e influenciou gerações de sambistas e pagodeiros.

O compositor criou diversos samba enredos para o carnaval do Rio de Janeiro. Agremiações como Império Serrano, Vila Isabel, Grande Rio e Leão de Nova Iguaçu, além de outros ícones musicais, como Beth Carvalho e Zeca Pagodinho, interpretaram canções do sambista.

Arlindo é autor de sucessos como “Meu lugar”, “Será que é amor”, “O show tem que continuar”, “Meu poeta” e “O bem”. Foi indicado ao Grammy quatro vezes, todos entre 2008 e 2016. 

Em 17 de março de 2017, sofreu um acidente vascular cerebral que deixou sequelas e afetou os movimentos do corpo, o que impactou, de maneira significativa, a carreira musical e pessoal do artista. Pai de Arlindinho e Flora Cruz, era casado com Barbara Cruz desde 2012. 

História

Cruz começou a carreira musical por volta de 1975, quando entrou para a escola Flor do Méier, dedicado às aulas práticas e teóricas do solfejo e violão clássico. Nos anos de estudo começou a trabalhar profissionalmente em rodas de samba com vários artistas, um deles Candeia, que o ajudou a gravar os primeiros discos.

O jovem sambista participou, no cavaquinho, de um compacto simples e um disco chamado “Samba de roda”. Arlindo considerava Candeia seu padrinho musical, responsável por abrir as portas da música para ele, com apenas 13 anos. Porém, aos 15 anos de idade, o artista se mudou para Barbacena, em Minas Gerais, para estudar na Escola de Cadetes do Ar.

Mesmo ocupado com afazeres do preparatório, Arlindo não desistiu da música e cantou no coral da instituição. Nessa época, ele chegou a ganhar festivais em Barbacena e Poços de Caldas. Após sair da Aeronáutica, Cruz começou a frequentar a roda de samba do Cacique de Ramos todas as quintas-feiras.

Na turma, ele teve contato com outras lendas da música nacional, como Jorge Aragão, Almir Guineto, Beto Sem Braço, Beth Carvalho e Ubirani. A roda de samba também ajudou a revelar muitos talentos que faziam parte ainda jovens, como Zeca Pagodinho e Sombrinha. Assim que o sambista Jorge Aragão saiu do Fundo de Quintal, Cruz recebeu o convite para participar do grupo.

Lá, ele viu a oportunidade do pontapé inicial na ascensão de sua carreira e se fidelizou ao grupo por 12 anos, compondo canções como: “Só pra contrariar”, “Seja Sambista Também”, “O mapa da mina” e “Castelo de cera”. Ao todo, Arlindo Cruz teve mais de 550 músicas gravadas por outros cantores.

Depois que saiu do Fundo de Quintal, ele firmou parceria com Sombrinha e alguns anos depois se casou com a porta-bandeira Babi Cruz, com quem teve os filhos Arlindinho e Flora Cruz. Nos anos 1990 começou a compor pela escola de samba do coração Império Serrano, mas posteriormente também disputou por outras escolas de samba.

A partir dos anos 2000, mesmo que com algumas obras sem par, o sambista definitivamente consolidou sua carreira solo e gravou mais oito álbuns, atingindo seu auge. Conquistou diversos prêmios nacionais e recebeu quatro indicações ao Grammy Latino.

Após sofrer o AVC em 2017, a voz de Madureira chegou a passar por mais de 17 cirurgias. Arlindo ficou internado no hospital por quase dois anos, até voltar para a casa supervisionado por uma equipe médica. A doença impedia o cantor de falar e andar, o afastando dos palcos, mas para sempre vivo na memória do país, com um legado imensurável.

* Fonte: Correio Braziliense

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/08/morre-o-sambista-arlindo-cruz-aos-66-anos/