10 de agosto de 2025
Starlink, o céu é o limite — e o pesadelo
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Spoiler: estamos vendo a história se repetir. Mas agora com satélites no lugar de torres.

Lá nos anos 2000, as operadoras de telefonia ganhavam dinheiro vendendo minutos e SMS. Quem viveu sabe: plano de celular era sinônimo de crédito contado e torpedo cobrado. Aí veio a internet. Veio o WhatsApp. Veio o streaming. E os modelos quebraram.

As teles foram obrigadas a mudar de rota: pararam de vender “comunicação” e passaram a vender banda larga. Produto difícil de diferenciar, cada vez mais barato, mas que exige investimentos gigantescos em infraestrutura.

Agora, corta pra 2025.

Elon Musk pode fazer com as telecoms o que o WhatsApp fez com os SMS (Imagem: ssi77/Shutterstock)

A Starlink, empresa da SpaceX (sim, a do Elon Musk), está testando algo que parecia ficção: internet direto do satélite para o seu celular. Sem torre. Sem repetidor. Sem chip local. A tecnologia se chama Direct to Cell, e está sendo testada em parceria com operadoras nos EUA.

Funciona com celulares 4G comuns. A promessa inicial é de cobertura de mensagens em qualquer lugar do planeta — depois vêm voz e dados.

Se isso der certo (e está parecendo que vai), muda tudo de novo.

Impacto direto:

  • Toda a grana investida em torres e licenças perde valor estratégico.
  • A cobertura se torna global por padrão.
  • Uma empresa que nem era do setor de telecom entra no jogo para dominar.
Starlink testa celular conectado direto ao satélite — sem torre, sem chip. (Imagem: xnk/Shutterstock)

Telecoms do mundo todo passam a disputar espaço com um player que vem do espaço. Literalmente.

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Lembra do que aconteceu quando as operadoras subestimaram o WhatsApp?

Agora, o susto tem outro nome: Starlink. E mais: a cobertura da Starlink já chega a mais de 70 países. A SpaceX está lançando novos satélites com capacidade de falar direto com os celulares. A previsão é que em 2025 já tenhamos dados móveis e chamadas diretas via satélite.

Ao fundo, antena da Starlink em um gramado; acima, pessoa segura um smartphone medindo a velocidade da internet
E se esse celular não precisasse mais de antena, chip ou operadora? (Imagem: Hadrian/Shutterstock)

As telecoms estão tentando reagir. Algumas fechando parcerias. Outras pressionando regulações.
Mas o jogo virou. E quem ainda acha que está vendendo “internet” pode descobrir que, na verdade, estava alugando uma estrutura que agora é opcional.

A nova disputa não é mais por território, é por relevância. E talvez — pela primeira vez — você troque seu chip por um satélite.

O post Starlink, o céu é o limite — e o pesadelo das Telecoms recomeçou apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/08/09/colunistas/starlink-o-ceu-e-o-limite-e-o-pesadelo-das-telecoms-recomecou/