
Para os que acreditam em astrologia, “Mercúrio retrógrado” é um termo um tanto assustador. Segundo dizem, essa movimentação do planeta exerceria influências energéticas turbulentas sobre variadas áreas da vida.
Se isso é mesmo verdade ou não, depende da crença de cada um. No entanto, o fato é que nesta segunda-feira (11), ele parou de se mover na direção oeste através do céu e retomou sua trajetória normal para leste – finalizando, assim, o período popularmente chamado de “movimento retrógrado”.
Mas, o que isso significa para a ciência?
- De três a quatro vezes por ano, Mercúrio parece andar para trás pelo céu;
- Esses períodos marcam momentos em que o planeta está em aparente movimento retrógrado;
- A explicação astronômica para isso parte do princípio que os planetas no Sistema Solar orbitam o Sol a diferentes distâncias e velocidades;
- Enquanto a Terra contorna o astro, nós podemos observar os outros planetas se movendo pelo nosso céu, seguindo seus próprios caminhos;
- Então, vez ou outra, pode parecer (do nosso ponto de vista) que um planeta mudou abruptamente de direção e começou a se mover ao contrário pelo céu.
“Movimento retrógrado” dos planetas é ilusório
Isso, obviamente, é uma ilusão causada pela posição da Terra em relação à de Mercúrio. Afinal de contas, cada planeta em órbita sempre viaja em uma direção definida e não pode de repente inverter o curso. É por isso que o fenômeno é chamado de movimento retrógrado aparente, pois apenas parece que o objeto está se movendo para trás, ou seja, em “movimento retrógrado”.
Mercúrio realiza essa dinâmica mais do que outros planetas por causa de sua órbita curta, que provoca, por consequência, um ano muito breve de 88 dias terrestres. É por isso que, como dito acima, três ou quatro vezes por ano ele aparenta se mover para trás no céu, entrando em um movimento “retrógrado” que dura cerca de três semanas.
Segundo o colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON), quando se trata dos planetas com órbita mais externa que a da Terra (Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno), a designação mais adequada é “laço” retrógrado. Isso porque, durante o curso percorrido, o planeta parece formar um laço no céu cada vez que é ultrapassado pela Terra.
“No caso dos planetas internos, são eles que ultrapassam a Terra em sua órbita”, explica Zurita. “Daí, nós observamos este movimento aparentemente retrógrado quando eles estão dando a volta por trás ou na frente do Sol. Nesse caso, geralmente se forma uma parábola e não um laço”.

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Mercúrio volta a aparecer no céu após alguns dias “sumido”
Além de ter finalizado esse período “turbulento” (na visão astrológica) iniciado em 15 de julho, Mercúrio também “reapareceu” no céu nesta manhã.
Conforme noticiado pelo Olhar Digital, do dia 30, ele realizou a “conjunção solar inferior”, passando entre a Terra e o Sol, de quem se aproximou a cerca de 0,43 unidades astronômicas (UA) – o equivalente a algo em torno de 64,3 milhões de km.
De acordo com o guia de observação astronômica In-The-Sky.org, isso acontece uma vez em cada ciclo sinódico do planeta, que é o período necessário para ele chegar à mesma posição em relação ao Sol, quando observado a partir da Terra – que no caso de Mercúrio é de 116 dias.
No momento da conjunção solar inferior, Mercúrio esteve em uma separação de apenas 4°56′ do Sol, tornando-se inobservável por um longo período, imerso no brilho do astro. Essa fase marca o “desaparecimento” do planeta no céu noturno e sua transição para se tornar um objeto matinal alguns dias depois.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/08/11/ciencia-e-espaco/mercurio-finaliza-movimento-retrogrado-e-passa-a-aparecer-no-ceu-de-manha/