PL e Hugo Motta selam trégua e adiam votação da anistia para priorizar fim do foro privilegiado, diz Sóstenes – Agenda do Poder

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou nesta terça-feira (12) que as divergências recentes com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), foram superadas. Segundo reportagem do jornal O Globo, um encontro realizado pela manhã na residência oficial de Motta selou a reaproximação e definiu mudanças na prioridade da pauta.

De acordo com Sóstenes, o projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro não será colocado em votação nesta semana. A prioridade, acertada com o presidente da Câmara, será votar a proposta que extingue o foro privilegiado.

— Depois da semana passada, a gente tem que aparar arestas, alinhar as coisas. Está tudo superado. O foco da reunião era a gente se acalmar depois do que aconteceu. Não vamos pautar a anistia agora. O acordo foi pautar o fim do foro, aprovar nas duas Casas e, depois, pautar a anistia. Assim, a gente tira a corda do pescoço dos parlamentares — disse Sóstenes.

Trégua após semana de tensão

A reaproximação ocorre após o PL liderar, na semana passada, um movimento de obstrução que dificultou a condução dos trabalhos no plenário e aumentou a tensão entre oposição e presidência da Câmara.

Nos bastidores, aliados afirmam que o ex-presidente Jair Bolsonaro interveio para acalmar os ânimos. Ele teria aconselhado deputados a adotarem uma postura mais paciente e a dar a Motta “a sensação de autonomia” para que a votação da anistia ocorra em um momento considerado mais favorável.

Reações da base governista

Enquanto Sóstenes reforça o acordo com o presidente da Câmara, o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), criticou duramente a proposta de extinção do foro privilegiado.

— Retroceder a ponto de que pra abrir qualquer inquérito criminal, ter que ter autorização do Parlamento. Gente, deputado tem importância, mas não é Deus não, são cidadãos como os outros. Eu não acho que passa assim não — afirmou.

A expectativa é que a proposta sobre o foro privilegiado seja votada ainda nesta semana, abrindo espaço para que, posteriormente, avance o debate sobre a anistia, que segue como prioridade para a bancada bolsonarista, mas agora sem data definida para votação.