
O engasgo é uma causa significativa de morte, especialmente em crianças e idosos. Dados do Ministério da Saúde mostram que essa é a causa da morte de, aproximadamente, 3 mil pessoas por ano, só no Brasil. A maioria das vítimas são bebês ou idosos, com mais da metade tendo mais de 65 anos. Crianças na faixa etária de 0 a 4 anos também são bastante vulneráveis, com um aumento de casos registrado nos últimos anos.
No final de julho, um bombeiro salvou a vida de uma bebê engasgada com leite materno, em Trizidela do Vale. A criança recebeu ajuda do tenente Dennis Menegatti do Corpo de Bombeiro Militar do Maranhão (CBMA), que ao sair para uma missão, avistou um pai com a bebê no portão da unidade. Eloá, de aproximadamente 40 dias de vida já estava com sinais de cianose (cor arroxeada) e aparente inconsciência. De pronto, o tenente interviu e a pequena Eloá voltou a respirar normalmente e teve os sinais vitais estabilizados.
No último dia 2 de maio, um policial militar salvou a vida de um bebê de 21 dias que estava engasgado, O cabo Mafra Jr., do 1º Batalhão de Policiamento Turístico (1º BPTUR), estava de folga em sua residência, quando ouviu os gritos desesperados da mãe da criança. Mafra aplicou a manobra de Heimlich adaptada para lactentes e, após alguns minutos, conseguiu desobstruir as vias respiratórias do recém-nascido, que voltou a respirar normalmente.
Também no mês de maio, no dia 14, o Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) foi acionado para atender ocorrência de engasgo em uma criança em Chapadinha, município do estado. Uma equipe da 5ª Companhia Independente de Bombeiros Militar (5CIBM) foi mobilizada para o local, e em um veículo estava a criança de 1 ano e 3 meses, sem sinais de respiração aparente. Com agilidade e técnica, o cabo Isaac Teixeira realizou manobra para desengasgo e após alguns segundos, a criança voltou a respirar e retomou os sinais vitais normais. Após os primeiros socorros prestados pelos bombeiros, a criança foi entregue aos responsáveis, que a conduziram à unidade hospitalar, para avaliação médica.
Agilidade e técnica na hora do socorro às vítimas
O subchefe da 5ª Seção do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), major Pablo Moura, ressalta que, nestes casos, é importante avaliar, rapidamente, o nível de gravidade da situação. Se a criança estiver tossindo, chorando ou falando, o ideal é incentivá-la a continuar tossindo para tentar desobstruir as vias aéreas sozinha, sem bater nas costas. “No entanto, é importante ficar atento à evolução do quadro e procurar atendimento médico se necessário”, enfatiza. Já nos casos mais graves, em que a criança não consegue tossir, falar ou respirar, ele alerta para uma ação ágil, com uso de manobras adequadas a cada faixa etária.
“Saber como agir nesses momentos pode salvar vidas”, disse, major Pablo Moura
Para crianças com mais de um ano, utiliza-se uma versão adaptada da manobra de Heimlich. Consiste em posicionar-se atrás da criança, abraçá-la pela cintura, fechar uma das mãos e colocar entre o umbigo e o esterno; com a outra mão, segurar o punho e realizar compressões rápidas para dentro e para cima, repetindo, até que o objeto seja expelido.
Em se tratando de bebê menor de um ano, segurá-lo de bruços sobre o antebraço, com a cabeça mais baixa que o corpo, e dar cinco batidinhas firmes nas costas, entre as escápulas. Depois, vire-o de barriga para cima e faça cinco compressões torácicas com dois dedos no centro do peito. As duas etapas (tapinhas e compressões) devem ser alternadas, até que o bebê volte a respirar normalmente ou haja resposta. “Agilidade e aplicação da técnica adequada fazem toda a diferença para a eficácia do salvamento”, alerta o major Pablo Moura.
Engasgos são uma emergência médica que ocorre quando um objeto ou alimento bloqueia as vias aéreas, impedindo a respiração. É crucial agir rapidamente para evitar consequências graves. Em caso de engasgo, a manobra de Heimlich é uma técnica de primeiros socorros que pode ajudar a desobstruir as vias aéreas.
Esses procedimentos são válidos somente se a criança ou o adulto engasgado estiverem conscientes. Vítimas inconscientes precisam de atendimento hospitalar rapidamente. Os primeiros socorros para asfixia ou engasgo devem ser tomados até que seja possível o atendimento especializado. Os números de emergência do Corpo de Bombeiros e SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) são 193 e 192, respectivamente.
Bebês são mais vulneráveis
Um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Pediatria aponta as crianças de 1 a 3 anos como as mais vulneráveis a esse tipo de ocorrência. Entre os mais novos, milho, feijão e amendoim são os alimentos que mais causam engasgos, mas isso também ocorre com brinquedos inadequados para a faixa etária, como aqueles com muitas pecinhas pequenas, e materiais sintéticos, como bexigas.
“Prevenir esse problema, especialmente em crianças menores de 4 anos, é fundamental, dado o risco de asfixia cerebral. Então, evite brinquedos com peças pequenas ou descartáveis. Verifique, ainda, a indicação da faixa etária e supervisione brincadeiras com bolinhas, tampas de caneta e pedaços pequenos de peças, por exemplo”, diz o pediatra da Hapvida, Elton Castro.
Em relação à alimentação, especialistas recomendam não oferecer alimentos muito duros ou comidas difíceis de mastigar. Outro ponto importante é não permitir que a criança se alimente deitada ou recostada, pois a melhor posição é a sentada.
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/08/bombeiros-alertam-para-casos-de-engasgos/