
Berço de encontros históricos e referência na preservação do samba, o Clube do Samba está mais próximo de ser reconhecido como patrimônio cultural imaterial do Estado do Rio de Janeiro.
O projeto de lei 1.788/2023, de autoria da deputada Verônica Lima (PT), foi aprovado em segunda discussão na sessão desta terça-feira (12) da Assembleia Legislativa (Alerj) e segue agora para análise do governador Cláudio Castro.
A proposta, de autoria da deputada Verônica Lima (PT), valoriza a importância do espaço fundado por João Nogueira, em 1979, como núcleo de resistência cultural e defesa da música brasileira frente à crescente influência da produção estrangeira no fim dos anos 1970.
Criado como sociedade civil de natureza cultural, sem vínculos políticos ou religiosos, o clube nasceu para reunir sambistas, compositores, músicos e admiradores do gênero.
Palco de encontros memoráveis
Inicialmente sediado na casa do compositor, o Clube do Samba se notabilizou por rodas de samba, oficinas e espetáculos que reuniram artistas como Clara Nunes, Elza Soares, Beth Carvalho, Paulinho da Viola e Martinho da Vila.
Nos anos 1980, ganhou visibilidade com bailes na sede do Clube de Regatas do Flamengo, animados por orquestras comandadas por músicos como Luizão Maia, Rafael Rabelo, Wilson das Neves e maestro Nelsinho. O espaço também recebeu apresentações de nomes como Djavan, Leny Andrade, Miltinho, Baden Powell e Elizeth Cardoso.
Vocação cultural e educativa
Apesar da suspensão das atividades regulares em 1988, o clube manteve viva sua missão cultural e educativa. Desde 2013, promove oficinas musicais no Imperator – Centro Cultural João Nogueira, formando cerca de 400 jovens e adolescentes por ano em comunidades do Méier, Engenho Novo, Lins de Vasconcelos e regiões próximas. O trabalho oferece iniciação musical baseada no repertório da música popular brasileira, preservando a memória de seus fundadores e colaboradores.
O reconhecimento aprovado pela Alerj reforça o papel do Clube do Samba como guardião de uma tradição que vai além da música, representando um movimento coletivo de valorização da cultura nacional e de resistência diante das mudanças sociais e políticas das últimas décadas.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/clube-do-samba-mais-perto-de-se-tornar-patrimonio-imaterial-do-rio/