O secretário Mozart Sales, que participou da criação e implementação do programa Mais Médicos, classificou como “injusta” a decisão dos Estados Unidos de revogar seu visto de entrada no país. A medida foi anunciada pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e justificada pela participação de Sales no programa entre 2013 e 2018, desenvolvido em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Cuba.
Em publicação nas redes sociais, Sales defendeu o legado da iniciativa e afirmou que o Mais Médicos foi “primordial para garantir atendimento de saúde a milhões de brasileiras e brasileiros”. Ele lembrou que, à época, o Brasil firmou acordo internacional para viabilizar o envio de médicos cubanos e de outras nacionalidades a regiões carentes, ressaltando que esses profissionais já atuavam em dezenas de países de diferentes orientações políticas.
Segundo o secretário, o programa ofereceu atenção básica e contribuiu para reduzir dores, sofrimentos e mortes em comunidades vulneráveis. Ele destacou que a aprovação popular da medida, segundo pesquisa Datafolha de 2013, alcançou 87%, e que diversas publicações científicas comprovam melhorias expressivas na saúde pública.
Sales reforçou que a sanção imposta não apaga os resultados obtidos. “O Mais Médicos defende a vida e representa a essência do SUS, o maior sistema público de saúde do mundo — universal, integral e gratuito”, declarou.
A revogação do visto integra um pacote de ações dos EUA contra o Brasil e autoridades brasileiras, que inclui o aumento de tarifas sobre produtos nacionais e o cancelamento de vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal. O presidente Donald Trump justificou as medidas alegando que o Brasil estaria tomando “decisões erradas”, entre elas o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, o que o governo brasileiro considera uma forma de chantagem.
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Fonte: https://agendadopoder.com.br/mais-medicos-secretario-reage-a-revogacao-de-visto-pelos-eua-e-chama-medida-de-injusta/
