
Poucas situações naturais despertam tanto medo quanto a possibilidade de ser sugado por um tornado, um fenômeno capaz de destruir casas, lançar veículos ao ar e transformar objetos comuns em projéteis mortais.
Quando se fala em sobreviver após ser sugado por um tornado, a dúvida que surge é se o corpo humano suportaria as forças extremas dentro desse vórtice de ventos e detritos, onde a pressão atmosférica cai abruptamente e a velocidade chega a centenas de quilômetros por hora.
Um tornado é uma coluna de ar em rotação violenta que se estende da nuvem ao solo e pode atingir velocidades superiores a trezentos quilômetros por hora. Em poucos minutos ele transforma o ambiente ao redor em um cenário caótico, destruindo casas, arrancando árvores e lançando destroços a grandes distâncias.
Com tamanha força, muitas pessoas se perguntam se seria possível sobreviver ao ser sugado por esse fenômeno extremo. Apesar de parecer improvável, existem relatos de sobrevivência, mas eles envolvem situações específicas e muito pouco comuns.
O interior de um tornado não é apenas vento girando, é um vórtice de baixa pressão carregado de detritos, fragmentos de madeira, metal e vidro que se movem em alta velocidade. Ser levado por um tornado significa ser arremessado, pressionado por forças imprevisíveis e exposto a impactos severos.
O que acontece dentro de um tornado
Dentro do funil a pressão atmosférica cai rapidamente, criando um ambiente onde o corpo humano sente dor nos ouvidos e um grande desconforto respiratório. Os ventos giram de maneira descontrolada e a temperatura tende a cair devido ao ar sugado das camadas superiores.
Tudo o que está solto na superfície é lançado para dentro do vórtice, transformando o ar em um turbilhão de destroços que se chocam violentamente contra qualquer objeto ou pessoa capturada. Em questão de segundos o indivíduo é projetado para cima e para os lados, perdendo qualquer referência de espaço e direção.
A força centrífuga e a gravidade agem juntas, criando impactos sucessivos capazes de causar fraturas, ferimentos internos e perda de consciência antes mesmo de o tornado terminar seu trajeto.
O corpo também sofre com a rotação intensa. A sensação é a de estar em uma centrífuga descontrolada, enquanto pedaços de madeira, vidros e metal atingem braços, pernas e a cabeça com violência. A grande quantidade de partículas no ar prejudica a respiração e pode provocar cortes profundos ou até mesmo amputações.
Mesmo com equipamentos de proteção, é difícil imaginar uma pessoa saindo ilesa após permanecer por mais de alguns segundos dentro desse ambiente hostil. Essa é a razão de a maior parte dos encontros diretos com tornados resultar em ferimentos graves ou mortes.
Ser puxado e cair em outro lugar

Apesar do risco extremo, há casos documentados em que pessoas foram puxadas pelo tornado e arremessadas a alguns metros, caindo em locais relativamente seguros. Isso acontece quando alguém está na borda do vórtice e é lançado rapidamente antes de ser levado para o núcleo do fenômeno.
Em alguns relatos, sobreviventes caíram em terrenos cobertos de grama ou até em plantações, o que reduziu o impacto. Mesmo assim, esses indivíduos sofreram ferimentos como ossos quebrados, lacerações e contusões severas, mas sobreviveram ao impacto inicial.
Esses eventos são raros e dependem de uma combinação de fatores favoráveis, como a ausência de detritos grandes na trajetória e um ponto de queda menos perigoso.
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A recuperação depois de um incidente assim costuma ser longa e cheia de sequelas. Muitos relatam que a experiência foi tão rápida que mal tiveram tempo de perceber o que estava acontecendo. O vento os puxou do chão e em segundos foram lançados a metros de distância, sentindo dores imediatas ao tocar o solo.
A sorte e a circunstância são elementos decisivos nesse tipo de sobrevivência. Por isso, meteorologistas sempre alertam que confiar na possibilidade de sobreviver dessa forma é extremamente arriscado.
Ficar girando no vórtice

A situação mais perigosa é permanecer por mais tempo no interior do tornado. Quando alguém fica preso girando no vórtice central, as chances de sobrevivência são quase nulas. O corpo é continuamente arremessado de um lado para o outro, colidindo com objetos que podem pesar dezenas de quilos.
Um pedaço de madeira ou metal viajando a centenas de quilômetros por hora é suficiente para causar ferimentos fatais instantaneamente. Além disso, a pessoa pode ser lançada a uma altura considerável e depois cair contra o solo ou contra estruturas sólidas, resultando em traumas incompatíveis com a vida.
O ambiente dentro do tornado não oferece descanso. A rotação constante causa desorientação total, e a força do vento faz com que a pessoa não consiga controlar a posição do corpo. Cada giro é uma nova chance de ser atingido por algo ou de ser lançado a um novo impacto.
Em estudos de eventos extremos, os especialistas destacam que a sobrevivência dentro do núcleo de um tornado é virtualmente impossível devido à combinação de violência mecânica, objetos projetados e forças de aceleração capazes de destruir o corpo humano. Assim, a orientação mais importante continua sendo procurar abrigo seguro antes que o fenômeno atinja a área.
Com informações de IFLScience.
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