O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) por improbidade administrativa, acusado de usar a instituição para fins eleitorais durante a campanha presidencial de 2022. A decisão, divulgada pelo G1, foi unânime e derrubou a sentença de primeira instância, determinando o pagamento de multa equivalente a 24 vezes o salário que recebia no cargo — cerca de R$ 546,6 mil — além da proibição, por quatro anos, de contratar com o Poder Público ou receber benefícios fiscais ou de crédito.
Segundo o TRF2, Vasques utilizou reiteradamente a estrutura, os símbolos e a visibilidade da PRF para favorecer a candidatura de Jair Bolsonaro, derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva. Entre as condutas apontadas estão entrevistas, postagens nas redes sociais usando uniforme e insígnias da instituição, presença em eventos oficiais e até pedido explícito de voto na véspera do segundo turno.
O Ministério Público Federal (MPF) argumentou que o ex-diretor criou uma “confusão intencional” entre manifestações pessoais e sua posição como autoridade máxima da PRF, ferindo os princípios de legalidade, impessoalidade e moralidade. Para os procuradores, essa conduta visou interesses político-partidários e possivelmente pessoais, como a manutenção no cargo.
O procurador da República Eduardo Benones, coordenador do Controle Externo da Atividade Policial do MPF no Rio, destacou que a decisão reforça a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, da qual o Brasil é signatário, e envia um recado claro: instituições públicas, incluindo as policiais, devem estar comprometidas exclusivamente com o interesse público e a defesa do processo democrático.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/silvinei-vasques-e-condenado-por-uso-politico-da-prf-nas-eleicoes-de-2022/
