Stephen Kane, astrofísico da Universidade da Califórnia, descobriu que um planeta num sistema estelar distante estava coberto por um número surpreendente de vulcões ativos. Eram tantos que, juntos, davam ao exoplaneta uma aparência vermelha e ardente.
Astrofísico descobre planeta coberto de vulcões ativos
- Stephen Kane, astrofísico da Universidade da Califórnia, descobriu um exoplaneta no sistema estelar HD 104067, a cerca de 66 anos-luz da Terra, com uma superfície coberta de vulcões ativos;
- O planeta, denominado TOI-6713.01, é semelhante em composição à Terra, mas 30% maior. Sua intensa atividade vulcânica, comparável à de Io, uma das luas de Júpiter, faz com que sua superfície esteja em constante erupção, atingindo temperaturas superiores a 2,3 mil graus Celsius;
- A intensa atividade vulcânica do TOI-6713.01 é exacerbada por sua órbita excêntrica, imposta pelos dois planetas mais distantes do sistema HD 104067. As compressões e expansões resultantes dessa órbita geram energia das marés suficiente para manter as erupções vulcânicas contínuas;
- Kane e sua equipe planejam medir a massa e densidade do TOI-6713.01 para entender melhor a quantidade de material vulcânico expelido. A descoberta destaca a importância de considerar os efeitos das forças estelares e energia das marés nas pesquisas sobre exoplanetas.
A descoberta foi detalhada num artigo publicado no The Astronomical Journal. Kane realizou sua pesquisa usando dados do Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito (TESS) da NASA, lançado em 2018. O TESS se dedica à busca de exoplanetas que orbitam as estrelas mais brilhantes do céu.
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Exoplaneta vulcânico parece a Terra e uma lua de Júpiter ao mesmo tempo
Kane focava no sistema estelar HD 104067, localizado a cerca de 66 anos-luz do Sol, já conhecido por ter um planeta gigante. Durante sua investigação, o TESS identificou um novo planeta rochoso, aumentando para três o total de planetas conhecidos nesse sistema. Este novo planeta é semelhante em composição à Terra, mas 30% maior.
Este novo planeta, no entanto, se assemelha mais a Io, a lua de Júpiter conhecida por sua intensa atividade vulcânica. Kane descreveu o planeta, em comunicado da Universidade da Califórnia, como um “Io bombado”, destacando que sua superfície está em constante erupção vulcânica. Essa característica o torna incandescente e vermelho em comprimentos de onda ópticos.
A temperatura na superfície deste planeta, denominado TOI-6713.01, passa dos 2,3 mil graus Celsius – temperatura superior a de algumas estrelas. As forças gravitacionais desempenham um papel crucial nessa intensa atividade vulcânica, assim como ocorre com Io, que está muito próximo de Júpiter.
Kane explicou que, assim como as luas de Júpiter influenciam a órbita de Io tornando-a elíptica, os dois planetas mais distantes do sistema HD 104067 impõem uma órbita excêntrica ao novo planeta rochoso. Isso provoca compressão e consequentes erupções vulcânicas devido à energia das marés, que é a energia gerada pelo efeito gravitacional de um corpo sobre outro.
Próximo passo: medir a massa e densidade do exoplaneta
No futuro, Kane e sua equipe planejam medir a massa do planeta e determinar sua densidade, o que ajudará a entender melhor a quantidade de material expelido por seus vulcões. Ele observou que a pesquisa em exoplanetas geralmente não se concentra nos efeitos das marés, mas essa descoberta pode mudar essa tendência.
O astrofísico ressaltou que essa situação extrema demonstra como a energia das marés pode afetar significativamente um planeta terrestre, consideração importante que não deve ser ignorada nas pesquisas futuras.
Isso sublinha a necessidade de saber mais sobre (e entender melhor) a contribuição das forças estelares e das marés para o ambiente de um planeta.
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