O deputado estadual Pedro Brazão (União Brasil) utilizou o expediente inicial da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), nesta terça-feira (19), para mais uma vez defender seus irmãos Chiquinho e Domingos Brazão. Os dois são acusados de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
Em maio, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação dos dois ao Supremo Tribunal Federal (STF). A denúncia apontou que a morte da parlamentar foi motivada por sua atuação contra um esquema de loteamento ilegal em áreas controladas por milícias na Zona Oeste do Rio.
Na tribuna, Pedro Brazão afirmou que o Tribunal de Justiça teria provado inconsistências nos depoimentos de Ronie Lessa, acusado de ser o executor do crime e que firmou acordo de delação premiada.
“Foi provado que Lessa mandou matar a mando de Girão por causa da milícia da Gardênia Azul. Todo mundo sabe que não havia proibição de fazer campanha em Jacarepaguá”, disse o deputado, acrescentando que moradores da região teriam confirmado não existir conflitos entre Marielle Franco e seu irmão Chiquinho.
Ele também afirmou que nenhum dos dois foi citado pela CPI das Milícias da Alerj e que a convivência entre a vereadora e Chiquinho Brazão teria sido marcada pela cordialidade.
Brazão também levantou dúvidas sobre provas e testemunhos do processo. “Há áudio forjado no Ministério Público acusando meus irmãos. A conversa foi combinada para condená-los. Tudo foi ignorado pela Polícia Federal”, declarou.
O parlamentar disse ainda que os investigadores não conseguiram justificar o patrimônio de Ronie Lessa e que seus próprios assessores foram investigados sem que nada fosse constatado.
Ele negou qualquer ligação da família Brazão com Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, acusado de envolvimento na trama, e destacou que depoimentos apontariam ausência de influência política no caso.
“Se baseia na fala de um réu confesso que mentiu na sua delação. Disse que não conhecia Girão”, afirmou Pedro Brazão, em referência a Rivaldo Barbosa e a Edmilson Gomes Menezes, conhecido como Macalé ou Girão, apontado em investigações como liderança da milícia de Gardênia Azul.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/pedro-brazao-volta-a-defender-irmaos-acusados-no-caso-marielle/
