
Quase a metade da população brasileira considera que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT adotam a postura mais correta diante do impasse com os Estados Unidos em relação ao tarifaço de 50% sobre produtos nacionais. A pesquisa Quaest, divulgada após entrevistas realizadas entre 13 e 17 de agosto, mostra que 48% dos eleitores apoiam a conduta do governo brasileiro, enquanto 28% avaliam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados são os que mais acertam no enfrentamento da crise. Outros 15% afirmam que nenhum dos dois lados está conduzindo da melhor maneira, e 9% não souberam ou não responderam.
O levantamento indica melhora na percepção sobre Lula em comparação com a rodada anterior, quando 44% consideravam sua postura a mais correta. Já a avaliação positiva sobre os bolsonaristas oscilou para baixo, de 29% para 28%.
Promoção ou defesa do país
A pesquisa também revelou que 41% dos brasileiros enxergam em Lula uma tentativa de autopromoção diante da crise, enquanto 49% entendem que o presidente age em defesa do Brasil. No quesito liderança, ele aparece como a autoridade mais bem avaliada no combate ao problema: 44% dizem que o petista realiza o melhor trabalho. O índice é quase o dobro do atribuído a Jair Bolsonaro e a seu filho Eduardo Bolsonaro (PL), que registraram 24% cada.
A atuação de Eduardo, que se encontra nos Estados Unidos e defende novas sanções ao Brasil em razão do julgamento do pai no Supremo Tribunal Federal (STF), é vista de forma negativa. Para 69% dos entrevistados, o deputado federal atua em defesa dos interesses pessoais e da família, enquanto apenas 23% acreditam que ele defende o país.
Impactos do tarifaço
Entre os brasileiros, 77% acreditam que as tarifas estadunidenses vão prejudicar diretamente suas vidas, principalmente devido ao aumento do preço dos alimentos, apontado por 64% dos entrevistados.
O estudo também investigou a percepção sobre Donald Trump. Para 71% da população, o presidente dos Estados Unidos erra ao impor tarifas sob a justificativa de perseguição a Bolsonaro. Outros 21% concordam com a medida, e 8% não opinaram. Metade dos entrevistados (51%) acredita que a decisão foi motivada por interesses políticos pessoais do republicano, enquanto 23% a veem como estratégia de proteção da economia estadunidense.
Negociação ou retaliação
Diante do cenário, 67% defendem que o Brasil busque negociar com Washington, contra 28% que preferem a retaliação com a imposição de tarifas a produtos estadunidenses. Questionados sobre a possibilidade de sucesso em uma negociação, 48% acreditam que Lula conseguirá fechar um acordo, enquanto 45% são céticos.
Metodologia
A pesquisa Quaest ouviu 12.150 brasileiros com 16 anos ou mais em entrevistas presenciais realizadas em oito estados — Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo — que representam 66% do eleitorado nacional. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
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Fonte: https://agendadopoder.com.br/quaest-48-apoiam-lula-no-embate-com-eua-e-28-veem-bolsonaro-mais-correto/