
Na sessão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) desta quarta-feira (20), o deputado Filippe Poubel (PL) criticou a Comissão de Direitos Humanos por não ter se manifestado em apoio a Sther Barroso dos Santos, de 22 anos, assassinada na madrugada de domingo após ser brutalmente agredida durante um baile funk na comunidade da Coreia, em Senador Camará, na Zona Oeste.
Segundo familiares, a jovem foi espancada depois de se recusar a manter relações sexuais com um traficante que participava do evento. Ela teria sido torturada e deixada morta na porta de casa, na Vila Aliança, por dois homens a mando de Bruno da Silva Loureiro, conhecido como Coronel, apontado como chefe do tráfico na região.
Poubel também acusou deputados da oposição de não comentarem o caso em plenário por supostamente terem apoio eleitoral em áreas dominadas por traficantes.
Reações em plenário
A presidente da Comissão de Direitos Humanos, Dani Monteiro (Psol), respondeu às críticas. “Quem viola os direitos humanos é o estado, não a pessoa física. Quando uma pessoa faz isso ela não viola os direitos humanos, ela comete um crime”, afirmou.
A deputada Renata Souza (Psol), que preside a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, também saiu em defesa da colega. Ela destacou o trabalho realizado pela Sala Lilás, vinculada à Alerj e coordenada por ela, no atendimento a mulheres vítimas de violência. “Os deputados não podem falar das agressões enfrentadas pelas mulheres sem reconhecer o esforço institucional já feito”, disse.
O líder do governo, Rodrigo Amorim (União Brasil), rebateu a posição de Renata Souza. Para ele, sua fala caracterizaria “violência de política de gênero”. Amorim acrescentou: “Eles não falam quando o traficante mata. Só falam quando o crime é cometido pelo policial. A esquerda tem que ter um papel mais efetivo. Não pode só soltar pombinhos pela paz.”
Suposto vídeo de esquartejamento
O deputado Alan Lopes (PL) também reforçou as críticas e apresentou em plenário um vídeo em que um homem aparece sendo cortado, alegando que seria vítima de traficantes.
Lopes chamou a atenção de mães, pais, filhos, que saem de manhã para trabalhar, estudar e estão à mercê de criminosos “que a esquerda defende e que os direitos humanos defendem”, para em seguida pegar o seu celular e mostrar por segundas cenas de um vídeo de um homem sendo esquartejado.
“Olha lá, picotando o cara, cortando o cara, é isso aqui que eles defendem. Toda a esquerda defende isso aqui. Esses são os merecedores dos direitos humanos. Então, você que vota na esquerda, tá aqui ó. É isso aqui que eles defendem. Repensem bem o que vocês estão fazendo”, alertou o deputado Alan Lopes.
Minuto de silêncio em homenagem a jovem
Já no fim da sessão plenária, a deputada Tia Ju (Republicanos), que presidia os trabalhos da ordem do dia, pediu para que os deputados fizessem um minuto de silêncio em homenagem a jovem. Ela também solicitou que as autoridades esclareçam o caso o mais rápido possível.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/deputado-critica-comissao-de-direitos-humanos-apos-morte-de-jovem-em-baile-funk/