
A Receita Federal informou nesta quinta-feira (21) que a arrecadação com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) somou R$ 6,55 bilhões em julho. O valor representa um crescimento real de 13,05% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram recolhidos R$ 5,8 bilhões. Em termos absolutos, a diferença chega a R$ 756 milhões.
De acordo com o órgão, o desempenho se deve principalmente às operações de saída de moeda estrangeira, de crédito para pessoas jurídicas e às negociações de títulos e valores mobiliários. No mês, as operações de crédito para pessoas físicas também tiveram peso relevante.
Confira a distribuição da arrecadação em julho:
– Operações de crédito para pessoa jurídica: R$ 1,5 bilhão
– Operações de crédito para pessoa física: R$ 2,6 bilhões
– Operações de crédito para saída de moeda: R$ 1,1 bilhão
– Operações de câmbio para entrada de moeda: R$ 132 milhões
– Títulos ou valores mobiliários: R$ 391 milhões
– Seguros: R$ 819 milhões
– Demais: R$ 34 milhões
No acumulado de 2025 até julho, a Receita arrecadou R$ 43,52 bilhões com o IOF, contra R$ 39,77 bilhões nos primeiros sete meses do ano passado.
Apesar dos números positivos, o imposto segue no centro de um embate entre governo e Congresso. O impasse começou em maio, quando o Planalto publicou um decreto elevando alíquotas do IOF em operações de crédito, câmbio e seguros. A medida gerou forte reação de empresários, do mercado financeiro e de parlamentares. Horas depois, o próprio governo recuou e reviu trechos do decreto.
A crise política ganhou força nas semanas seguintes. O Congresso chegou a aprovar um projeto de decreto legislativo anulando o aumento, o que levou o presidente Lula a acionar a Advocacia-Geral da União (AGU) para contestar a decisão no Supremo Tribunal Federal. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, suspendeu tanto o decreto do Executivo quanto o do Legislativo, convocando uma audiência de conciliação. A tentativa de acordo, realizada em 15 de julho, terminou sem consenso.
O episódio evidenciou a dificuldade do governo em avançar com medidas de arrecadação em meio à resistência política e às críticas do setor produtivo. Embora o STF tenha mantido em vigor parte do decreto presidencial, o tema continua sendo objeto de disputa entre os Poderes e deve voltar ao centro da agenda econômica no segundo semestre.
Enquanto isso, a Receita seguirá monitorando os efeitos práticos da tributação sobre crédito, câmbio, seguros e títulos, avaliando o impacto sobre empresas, consumidores e sobre a própria arrecadação federal.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/receita-aponta-alta-de-13-no-iof-em-julho-em-meio-a-impasse-entre-lula-e-congresso/