
A Marinha do Brasil decidiu cancelar a Operação Formosa em 2025, medida tomada junto ao Ministério da Defesa para preservar a área militar de tensões político-ideológicas com os Estados Unidos, segundo uma fonte de alto escalão que falou ao GLOBO sob condição de anonimato. Embora questões orçamentárias tenham sido determinantes, o contexto de forte tensão geopolítica com a Casa Branca também foi considerado.
— A orientação foi evitar agravar o cenário atual e proteger o relacionamento das Forças Armadas do Brasil com os EUA, fundamental para Marinha, Exército e Aeronáutica — disse a fonte. A presença de tropas americanas em território nacional teria gerado desconforto ao governo brasileiro.
O cancelamento da operação foi definido após uma semana de discussões, depois que a China anunciou que não participaria da Operação Formosa alegando problemas administrativos, abrindo espaço para os EUA reconsiderarem o envio de militares.
Em nota, a Marinha afirmou que a decisão busca priorizar a Operação Atlas — Armas Combinadas, que reunirá as três Forças Armadas em ampla mobilização logística e emprego estratégico de tropas. Segundo o comunicado, a medida decorre de limitações orçamentárias:
“Diante da amplitude operacional e recursos necessários à Operação Atlas, a Marinha do Brasil cancelou a edição de 2025 da Operação Formosa, reafirmando seu compromisso com a integração das Forças Armadas e a preparação conjunta para a defesa dos interesses nacionais.”
Fontes ouvidas pelo GLOBO detalharam que, após agosto, os recursos militares disponíveis no Ministério da Defesa se esgotam, e os deslocamentos da Operação Formosa iniciados em 11 de agosto foram redirecionados para a Operação Atlas. O exercício envolverá mais de 2 mil militares, 100 viaturas e oito helicópteros de diversas regiões do país, focando na defesa da Amazônia.
A Operação Formosa, realizada desde 1988 no Planalto Central, é coordenada pelo Corpo de Fuzileiros Navais e tradicionalmente atrai observadores internacionais, incluindo tropas americanas, pioneiras no evento.
A decisão ocorre em meio a desdobramentos de navios e cerca de 4,5 mil militares dos EUA na América Latina, em operações contra o narcotráfico, e a sanções recentes de Washington contra autoridades e grupos venezuelanos.
— A decisão foi tomada de forma consciente para evitar que as tensões escalem — concluiu a fonte do alto escalão militar.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/marinha-adia-operacao-anual-com-eua-e-prioriza-exercicios-nacionais-em-meio-a-tensoes-diplomaticas/