23 de agosto de 2025
Malafaia chama Bolsonaro de covarde e omisso: “Que porcaria de
Compartilhe:

O jornalista e youtuber Álvaro Borba acusou o pastor Silas Malafaia de usar o sistema de copyright do YouTube como artifício para lucrar e dificultar a divulgação de áudios interceptados pela Polícia Federal que expõem suas conversas com Jair Bolsonaro. Segundo Borba, a manobra funciona como uma forma de censura indireta: o conteúdo não é retirado do ar, mas perde a monetização, revertida automaticamente para Malafaia por meio da empresa ONErpm.

A denúncia foi feita depois que Borba recebeu uma notificação da plataforma informando que trechos do seu vídeo — especificamente entre 2:52 e 4:14 — foram reivindicados como propriedade do pastor. Com isso, a receita publicitária do material deixou de ser destinada ao criador independente e passou para Malafaia.

Em entrevista ao ICL Notícias, Borba criticou a medida:

“Parabenizo o empreendedorismo do pastor Malafaia e seus representantes, mas achei por bem abrir uma disputa dentro do YouTube por compreender que o material interceptado pela PF tem valor jornalístico e histórico. Não se trata da defesa da minha produção, mas sim do interesse público. Produzo conteúdo de maneira independente para o YouTube desde 2017 e nunca tinha visto a política de direitos autorais da plataforma ser subvertida dessa forma. Se o objetivo é o lucro ou a tentativa de sabotar a divulgação dos áudios interceptados, tanto faz: é uma artimanha que tem o mérito da criatividade, mas que, a meu ver, carece de uma certa honestidade.”

O jornalista abriu uma contestação formal, que será avaliada pelo YouTube em até 30 dias. Enquanto isso, o vídeo permanece disponível, mas sem gerar receita.

Outro profissional também afetado foi o jornalista e professor Clayson Felizola. Ele relatou nas redes sociais que um de seus vídeos perdeu metade do alcance após sofrer o mesmo tipo de bloqueio de monetização. Felizola também divulgou a notificação recebida da plataforma.

O episódio expõe uma contradição no sistema de copyright: áudios de investigações policiais, que deveriam servir ao debate público e à transparência, acabam tratados como propriedade privada. Para críticos, a prática transforma um constrangimento político em fonte de renda e limita a circulação crítica do material, beneficiando justamente quem está no centro do escândalo.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/malafaia-quer-lucrar-com-direitos-autorais-de-audios-da-pf-no-youtube-acusa-jornalista/