
Em 2006, pesquisadores descreveram um raro fóssil de duas cabeças encontrado no norte da China. Datado do Cretáceo Inferior, entre 145 e 100 milhões de anos atrás, esse espécime carrega o título de animal mais antigo conhecido com essa condição. O estudo desses restos mortais foi publicado na revista científica Biology Letters à época.
No artigo, os autores relatam se tratar de um Hifalossauro (Hyphalosaurus lingyuanensis), uma espécie de réptil aquático que, ao chegar à fase adulta, ultrapassa um metro de comprimento. Sua presença era comum na Formação Yixian, local famoso na China por seus fósseis bem preservados e onde paleontólogos encontraram esse espécime.
As duas cabeças são uma má formação conhecida como bifurcação axial. No caso do animal analisado, a coluna vertebral se divide em duas a partir da cintura escapular, formando dois pescoços longos que terminam em dois crânios, segundo a descrição dos pesquisadores.
O estudo revela que esse caso seria o resultado de uma regeneração imperfeita após uma lesão embrionária. O tamanho do Hifalossauro reforça essa hipótese: com apenas 70 milímetros de comprimento, ele parece ser um embrião ou um recém-nascido, de acordo com os autores.
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Fóssil é legitimo e extremamente raro, segundo pesquisadores
Os pesquisadores constataram que esse fóssil aparenta ser legitimo, diferente de outros casos registrados. As análises da época demostraram que a placa de pedra onde residem os restos mortais do animal está completamente intacta, sem rachaduras ou evidências de colagem.
A fossilização é um processo lento e raro de acontecer. Estima-se que apenas um osso em cada um bilhão vire um fóssil. Aliada com a raridade da bifurcação axial, a existência de um espécime preservado que une os dois casos é ainda mais inusitada. “Esse réptil de duas cabeças parece ser único no registro fóssil”, relataram os cientistas.
Embora outros animais com a mesma condição tenham sido registrados nos últimos anos, como uma cobra encontrada na África do Sul e um tubarão no litoral de São Paulo, nenhum caso se aproxima da importância científica desse Hifalossauro. Mesmo quase 20 anos após sua descrição, ele continua sendo o fóssil mais antigo conhecido com duas cabeças.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/08/23/ciencia-e-espaco/raro-fossil-de-duas-cabecas-e-unico-achado-do-tipo-ha-quase-20-anos/