A CPI mista do INSS viveu nesta terça-feira (26) seu primeiro momento de conciliação política. Em acordo inesperado, a oposição no Congresso decidiu apoiar um nome da base governista para ocupar a vice-presidência do colegiado. O consenso levou à eleição simbólica do deputado Duarte Jr. (PSB-MA), que assumiu o posto com apoio amplo.
A costura foi possível após o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) desistir de disputar a função. Segundo parlamentares envolvidos na articulação, a decisão de recuo abriu caminho para que governo e oposição chegassem a um entendimento que evita novos embates internos.
A negociação desta terça difere do cenário turbulento registrado na semana passada, quando uma virada de madrugada alterou o comando da comissão. Na ocasião, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) derrotou o candidato apoiado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e assumiu a presidência da CPI. Em seguida, Viana rejeitou uma indicação feita pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e nomeou o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) como relator.
Conciliador, Duarte Jr. adotou tom apartidário ao assumir o cargo. “Temos um lado: o lado dos aposentados. Vamos nos dedicar ao máximo para garantir que esses aposentados tenham os valores, que foram roubados, devolvidos”, declarou.
Fraude bilionária no INSS
A comissão, instalada na semana passada, apura um esquema de fraudes em benefícios previdenciários que pode ter desviado até R$ 6,3 bilhões, segundo estimativas da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU).
As investigações apontam que entidades ligadas ao setor forjaram cadastros para validar descontos mensais não autorizados em aposentadorias e pensões. O objetivo era cobrar valores de serviços que jamais foram prestados, atingindo diretamente idosos e pensionistas de baixa renda.
Primeiros passos da investigação
Ainda nesta terça, a CPI deve aprovar seus primeiros requerimentos e discutir o cronograma inicial de atividades. A pauta inclui convocações de quatro ex-ministros da Previdência e de dez ex-presidentes do INSS, numa tentativa de traçar a linha de responsabilidade da gestão do órgão nos últimos anos.
Com o novo arranjo político, a expectativa é que a comissão consiga avançar em seus trabalhos sem repetir as disputas que marcaram a sua formação. Resta saber se a união demonstrada no início será mantida diante do peso das acusações e do impacto político das investigações.
Leia mais:
Fonte: https://agendadopoder.com.br/governista-e-eleito-para-vice-presidencia-da-cpi-mista-do-inss-com-apoio-da-oposicao/
