27 de agosto de 2025
Para blindar irmão de Lula, base aceita que CPI do
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O governo federal e a oposição firmaram um acordo que deve mudar os rumos da CPI do INSS. O entendimento garante que Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não seja convocado pela comissão, ao mesmo tempo em que amplia o escopo das investigações para alcançar a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, a partir de 2015, informa O Globo.

A negociação foi considerada uma vitória da base aliada, que temia ver nomes próximos ao governo expostos em convocações sem provas robustas. A contrapartida foi aceitar que a apuração se estenda até o segundo mandato de Dilma. “Enquanto nós não tivermos certeza de que houve participação, não faremos convocações. Especialmente no âmbito político. Não há previsão de que esse senhor [Frei Chico], ou outros ligados ao governo anterior, seja convidado sem as devidas provas”, afirmou o presidente da CPI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), um dos críticos mais duros do Planalto.

Frei Chico era alvo de oposicionistas

Frei Chico é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), citado em relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre suspeitas de fraudes. O sindicalista não é investigado formalmente, e a entidade nega qualquer irregularidade. Ainda assim, sua convocação vinha sendo cogitada por opositores e era considerada um desgaste político direto para o presidente Lula.

A presidência da comissão ficou com Carlos Viana e a relatoria com o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), ambos da oposição. O Planalto tentou minimizar os danos ao negociar um arranjo que exige consenso para a votação em bloco de requerimentos. Isso, na prática, dá margem à base governista para barrar convocações mais sensíveis, como a de Frei Chico, submetendo-as à análise caso a caso.

Comissão já recebem mais de 800 requerimentos

Apesar das limitações impostas pelo acordo, a oposição mantém a ofensiva política. Até agora, mais de 800 requerimentos foram apresentados, incluindo convocações de ex-ministros da Previdência e de antigos presidentes do INSS. O foco deve recair sobre episódios recentes, como os descontos irregulares em benefícios, escândalo que levou à queda do então ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT).

Nos bastidores, aliados de Lula avaliam que a estratégia reduz a exposição da família presidencial, mas não encerra a disputa. A CPI, com duração prevista até 2026, promete se transformar em mais uma frente de embate entre governo e oposição, com forte peso político às vésperas das eleições.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/para-blindar-irmao-de-lula-base-aceita-que-cpi-do-inss-investigue-ate-governo-dilma/