27 de agosto de 2025
Justiça mantém prisão preventiva de prefeito acusado de matar policial
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A Justiça do Maranhão decidiu manter a prisão preventiva do prefeito de Igarapé Grande, João Vitor Xavier (PDT), acusado de assassinar o policial militar Geidson Thiago da Silva durante uma vaquejada em Trizidela do Vale, no mês de julho. A decisão foi publicada nesta quarta-feira (27) pelo juiz Luiz Emilio Braúna Bittencourt Júnior, da 2ª Vara da Comarca de Pedreiras. João Vitor está preso desde 15 de julho, quando se apresentou voluntariamente à Polícia Civil em São Luís.

A defesa havia solicitado a revogação da prisão, argumentando que o gestor é réu primário, tem residência fixa, bons antecedentes e está licenciado do cargo por 120 dias. Para os advogados, não havia risco à ordem pública. O pedido, no entanto, foi negado. O magistrado considerou que a gravidade do crime, descrita no inquérito policial, justifica a manutenção da medida cautelar. Ele ressaltou ainda que os bons antecedentes não afastam os elementos que indicam a necessidade da prisão. O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) também se manifestou contra a soltura.

Além disso, o juiz determinou a retirada de postagens apresentadas pela defesa, por entender que não têm relação direta com o caso e podem violar a dignidade da vítima. A decisão foi fundamentada na Lei 14.245/2021, a chamada Lei Mariana Ferrer, que protege vítimas e familiares contra ataques difamatórios em processos judiciais. As partes já foram intimadas, e o Ministério Público tem cinco dias para se manifestar sobre o pedido de habilitação de assistente de acusação feito pela família do policial.

O caso

O crime ocorreu durante uma vaquejada em Trizidela do Vale. Segundo testemunhas, a discussão começou após o policial Geidson, de folga, pedir ao prefeito que reduzisse os faróis do carro, que estariam incomodando o público.

Após uma troca de palavras, João Vitor teria sacado uma arma e disparado contra o policial, que foi atingido pelas costas, conforme a investigação. Geidson chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital. Lotado no 19º Batalhão da Polícia Militar, o policial foi sepultado no dia 8 de julho, em meio a grande comoção.

Investigações e prisão

No dia seguinte ao crime, o prefeito prestou depoimento na delegacia de Presidente Dutra, mas não foi preso por não estar em flagrante. A prisão preventiva foi decretada posteriormente, a pedido da Delegacia de Pedreiras. O inquérito da Polícia Civil concluiu que João Vitor foi o autor dos disparos e o indiciou por homicídio qualificado. A arma usada, um revólver calibre .38, ainda não foi localizada.

Em depoimento, o prefeito afirmou ter agido em legítima defesa, alegando que o policial também havia sacado uma arma. A versão, porém, não foi confirmada pela investigação. Imagens de câmeras de segurança mostram o prefeito pegando um objeto em um carro preto, aproximando-se de uma aglomeração e, em seguida, fugindo do local.

João Vitor declarou ainda que a arma seria um presente de eleitor, sem registro ou autorização de posse. A Polícia não encontrou registros de que ele tenha descartado a arma no local, como alegado. Atualmente, o prefeito segue preso em cela individual, equipada com cama e banheiro, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do Maranhão (Seap).

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Fonte: https://oimparcial.com.br/brasil/2025/08/justica-mantem-prisao-preventiva-de-prefeito-acusado-de-matar-policial-em-vaquejada-no-maranhao/