
Depois de apenas 20 dias à frente da PortosRio, o presidente Flavio Vieira formou sua equipe de superintendentes, mas todos os cinco nomes escolhidos não atendem às exigências previstas no regimento interno da estatal. A informação é de Lauro Jardim, em O Globo.
Assim como Vieira, que chegou ao cargo indicado pelo ex-prefeito de Belford Roxo Waguinho (Republicanos), aliado do presidente Lula na Baixada Fluminense, os novos superintendentes não possuem o tempo mínimo de experiência em gestão portuária exigido para as funções. Pela norma interna, só podem assumir essas posições pessoas com pelo menos oito anos de atuação no setor, sendo quatro deles em cargos de liderança.
Indicações ligadas à política local
Entre os nomeados, um dos casos mais emblemáticos é o de Denis Venâncio, que no ano passado tentou se eleger vereador em Belford Roxo pelo Republicanos, utilizando o slogan “Foguete não tem ré”. Sem sucesso nas urnas, ele foi escolhido agora para a Superintendência de Gestão Estratégica da PortosRio. Até recentemente, ocupava o cargo de secretário de Esportes da mesma cidade.
Na Superintendência de Recursos Humanos está Aramis Junior, também ex-integrante da gestão municipal de Belford Roxo. Em seu currículo, consta um MBA em Big Data. No ano passado, Aramis foi alvo de busca e apreensão em uma investigação do Ministério Público sobre suposta compra de votos no município.
Paulo Ribeiro, que agora responde pela Superintendência de Planejamento, era advogado da prefeitura de Belford Roxo. Já Pedro Macedo, indicado para a Superintendência de Gestão, também atuava como assessor jurídico na administração local.
Apenas um nome com experiência próxima ao setor
O único dos cinco com alguma vivência na área é Fagner Dias, novo superintendente de Engenharia. Ele trabalhou por cinco anos como supervisor de gestão portuária na empresa LMA Shipping. Apesar disso, não cumpre os oito anos exigidos de experiência, nem os quatro em cargos de liderança.
A PortosRio é responsável pela administração dos portos do Rio de Janeiro e de Itaguaí. Este último é o terceiro maior do país em movimentação de cargas, enquanto o terminal carioca ocupa a nona posição nacional. A nomeação de dirigentes sem o cumprimento dos requisitos internos levanta questionamentos sobre critérios técnicos e políticos na condução da estatal.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/indicacoes-de-waguinho-na-portosrio-nao-cumprem-requisitos-legais/