Você já deve ter olhado para um mapa-múndi e estranhado a dimensão que algumas regiões apresentam. Por exemplo, a África é muito maior que a Groenlândia, mas na projeção de Mercator ocorre exatamente o contrário, demonstrando sua imprecisão.
Exatamente por isso, países africanos estão liderando um movimento para que o Mercator seja substituído por um mapa alternativo que realmente refletisse o tamanho dos continentes.
Mapa de Mercator é uma representação do século 16
A Reuters divulgou que a União Africana, órgão que reúne 55 estados, está apoiando uma campanha para que organizações por todo o planeta substituíssem o mapa de Mercator por outro modelo mais fiel às dimensões dos países, não apenas às nações africanas.
“Pode parecer apenas um mapa, mas, na realidade, não é”, comentou Selma Malika, vice-presidente da Comissão da UA à Reuters, explicando que o Mercator causa uma falsa ideia de que a África era irrelevante, mesmo “sendo o segundo maior continente do mundo em área, com mais de um bilhão de pessoas”.
A África, na realidade, é aproximadamente três vezes maior que a Europa, mas, não é o que vemos no mapa de Mercator. O mapa foi criado por Gerardus Mercator para ajudar exploradores europeus a navegarem, mas com um resultado, no mínimo, controverso. Exatamente por isso, segundo o New York Times, ele vem sendo criticado há décadas.
De acordo com a Encyclopaedia Britannica, conheça as dimensões de cada continente:
- África: 30,2 milhões km².
- Ásia: 44,5 milhões km² (maior que a África).
- América do Norte: 24,7 milhões km² (menor que a África).
- América do Sul: 17,8 milhões km² (quase metade da África).
- Europa: 10,2 milhões km² (três vezes menor que a África).
- Oceania: 8,5 milhões km² (quase 4 vezes menor que a África).
- Antártida: 14 milhões km² (menos da metade da África).
Mapa de Mercator ainda é usado em salas de aula e livros didáticos
O grande problema é que, ainda hoje, o mapa é utilizado em salas de aulas, livros didáticos e até reportagens, lembra o IFLScience, sendo até utilizado pelo Google Maps, que mantém o Mercator como padrão em seu aplicativo para dispositivos móveis.
E, por ser um mapa plano, apresenta imprecisões que podem levar a considerações incorretas e totalmente injustas, reforçando uma visão em que os países do Norte têm maior relevância que os do Sul.
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“A África é mal representada nos mapas-múndi, e não é apenas uma questão de geografia – é um reflexo de como o mundo vê o continente”, explicitou o Correct The Map, órgão africano que tenta convencer organizações como a ONU a adotarem o mapa Equal Earth, em comunicado enviado à imprensa.
Estamos trabalhando ativamente para promover um currículo em que a projeção da Terra Igualitária (Equal Earth) seja o padrão principal em todas as salas de aula (africanas).
Fara Ndiaye, cofundadora da Speak Up Africa à Reuters.
A Speak Up Africa, junto com a Africa No Filter, lideram a campanha “Corrija o Mapa” e, segundo o New York Times, pressionou a União Africana a solicitar a mudança, que ainda será discutida em reunião na Etiópia. Além disso, uma petição online pede às Nações Unidas e à BBC que adotem o mapa Equal Earth como padrão.
O post Por que o mapa-múndi que usamos diminui a África (e outros países do Sul)? apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/08/28/ciencia-e-espaco/por-que-o-mapa-mundi-que-usamos-diminui-a-africa-e-outros-paises-do-sul/
