
O ranking anual da revista Forbes, divulgado nesta quinta-feira (28), revela os 10 maiores bilionários brasileiros de 2025 , equanto o debate sobre taxação de super-ricos que esquenta Congresso e sociedade. A edição deste ano do ranking da Forbes revela um Brasil de grandes contrastes. No total, a lista total de bilionários do Brasil reúne apenas 300 pessoas com patrimônios superiores a R$ 1 bilhão, com uma soma total de R$ 2,03 trilhões, enquanto a população total do país, segundo divulgado também nesta quinta pelo IBGE, é de 213,4 milhões de habitantes em 2025. Os 300 bilionários representam aproximadamente 0,00014% da população brasileira.
Veja, abaixo, o top 10 divulgado pela Forbes.
1 — Eduardo Saverin, cofundador do Facebook
O empresário manteve a liderança pelo segundo ano consecutivo. Com uma fortuna de impressionantes R$ 227 bilhões, Saverin viu sua riqueza crescer 45,5% em apenas um ano, impulsionada principalmente pelo boom do setor de inteligência artificial, o que o mantém à frente de outros grandes nomes do mercado.
Saverin, natural de São Paulo, vive atualmente em Singapura e, apesar de ser acionista minoritário da Meta (controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp), se mantém ativo em outras frentes, incluindo o venture capital. Sua trajetória de sucesso inclui um papel crucial na fundação do Facebook, ao lado de Mark Zuckerberg, a quem conheceu na faculdade de Harvard. No entanto, os dois enfrentaram divergências que resultaram em uma disputa judicial, retratada no filme “A Rede Social” (2010).
2 — Vicky Safra: O Império Familiar
Em segundo lugar, está Vicky Safra, herdeira do Banco Safra e a mulher mais rica do Brasil, com um patrimônio de R$ 120,5 bilhões, o que representa um crescimento de 9,4% em relação ao ano anterior. Nascida na Grécia e naturalizada brasileira, Vicky assumiu a liderança do banco após a morte de seu marido, Joseph Safra, em 2020. A fortuna da família, com raízes no Oriente Médio, se consolidou no Brasil com a fundação do Banco Safra em 1972, um dos maiores bancos privados do país.
Vicky tem mantido os negócios da família com sucesso, com seus filhos Jacob e David à frente da gestão dos ativos Safra, tanto no Brasil quanto no exterior. O legado de Joseph Safra, que foi um dos banqueiros mais ricos do mundo, permanece forte com sua sucessora.
3 –Jorge Paulo Lemann: Um ícone do setor de bebidas
Jorge Paulo Lemann, um dos nomes mais consagrados do Brasil no mercado de investimentos, ocupa a terceira posição com R$ 88 bilhões, apesar de uma perda de 4,2% em relação ao ano anterior. Lemann, de 85 anos, é cofundador da 3G Capital e sócio majoritário da Anheuser-Busch InBev, a maior cervejaria do mundo, além de ter participações na Restaurant Brands International, que controla o Burger King e o Tim Hortons. Sua trajetória de sucesso inclui também a aquisição da SABMiller em 2016 por quase US$ 100 bilhões.
4 — André Esteves: O Banco que Transforma
Em quarto lugar, com um crescimento de 56% no último ano, André Esteves alcançou R$ 51 bilhões. O banqueiro, que começou como estagiário no Pactual e hoje lidera o BTG Pactual, tem sido uma figura chave em diversos negócios de grande porte no Brasil. Ele foi responsável pela recuperação do Banco PanAmericano e, mais recentemente, pela aquisição de uma fatia significativa da Caixa Econômica Federal no Banco Pan.
5 — Fernando Salles: O Legado Bancário
Fernando Roberto Moreira Salles ocupa a quinta posição com R$ 40,2 bilhões. Filho do banqueiro Walther Moreira Salles, ele tem uma participação significativa no Itaú Unibanco e também controla a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), líder mundial na produção de nióbio. A reestruturação da família em 2022 consolidou sua posição no comando da Companhia E. Johnston, que detém 33% das ações do Itaú.
6 — Sicupira e a Perda no Mercado
Carlos Alberto da Veiga Sicupira, outro sócio importante da AB InBev, ocupa a sexta posição, com um patrimônio de R$ 39,1 bilhões, representando uma queda de 20,8% no último ano. Sicupira, que começou sua carreira vendendo carros usados e se formou em administração pela UFRJ, é um dos grandes investidores da 3G Capital. Além de sua atuação no setor de bebidas, ele é um importante patrono de causas como a melhoria da gestão pública por meio da Fundação Brava.
7 — Pedro Moreira Salles: Entre os Bancos e a Mineração
Pedro Moreira Salles, com um patrimônio de R$ 38 bilhões, subiu 5,1% em relação a 2024, ocupando a sétima posição no ranking. Copresidente do Conselho de Administração do Itaú Unibanco, Pedro também possui participação significativa na CBMM, com 44% das ações após a reestruturação familiar em 2022.
8 — Miguel Gellert Krigsner: O Império de Cosméticos
Miguel Gellert Krigsner, fundador de O Boticário, ocupa o oitavo lugar com R$ 34,2 bilhões, um crescimento notável de 19,2% em relação ao ano anterior. Com sua trajetória no setor de cosméticos, Gellert transformou O Boticário em um império que hoje controla diversas marcas de beleza, como Eudora e Vult. Recentemente, a empresa recebeu um crédito de R$ 1 bilhão do BNDES para financiar sua expansão.
9 — Alexandre Behring: O Investidor Visionário
Alexandre Behring da Costa, com um patrimônio de R$ 31 bilhões, viu uma queda de 11,1% em relação ao ano anterior, ocupando a nona posição. Behring, especialista em private equity, é um dos principais nomes por trás da 3G Capital e tem sido um dos responsáveis pela expansão da Restaurant Brands International, controladora do Burger King e Tim Hortons.
10 –Jorge Moll Filho: O Império da Saúde
Por fim, Jorge Neval Moll Filho, fundador da Rede D’Or, ocupa a décima posição com um expressivo crescimento de 119,1%, alcançando R$ 30,4 bilhões. Moll, cardiologista de formação, fundou a Rede D’Or em 1977 e hoje ela é o maior grupo hospitalar do Brasil, com 69 hospitais e 53 clínicas oncológicas. Sua fortuna aumentou ainda mais após a abertura de capital da empresa na B3 em 2020.
Taxação dos super-ricos e desigualdade social
Ao mesmo tempo em que a Forbes divulga sua lista, o debate sobre a taxação dos super-ricos no Brasil intensifica-se em 2025 com a iminente votação do Projeto de Lei 1.087/2025, que visa isentar o Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais e instituir alíquotas progressivas para rendas acima de R$ 600 mil anuais.
A proposta, que já passou por unanimidade na Comissão Especial da Câmara, busca corrigir as distorções do sistema tributário, onde os mais ricos pagam menos impostos proporcionalmente. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende a medida, afirmando que “o apoio à taxação dos super-ricos é maior que a isenção”, pois a medida busca promover justiça fiscal no Brasil. Contudo, a proposta enfrenta resistência da oposição.
O projeto também tem enfrentado desafios institucionais, com a recente derrota do governo no Congresso na tentativa de aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o que expôs as tensões entre o Executivo e o Legislativo. A sociedade civil tem se mobilizado, com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) promovendo um plebiscito para consultar a população sobre a taxação dos super-ricos e outras questões sociais, buscando corrigir a histórica desiguladade tributária no país.
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Fonte: https://agendadopoder.com.br/forbes-revela-ranking-dos-10-maiores-bilionarios-do-brasil-em-2025-enquanto-debate-sobre-taxacao-de-super-ricos-esquenta-veja-lista/