O procurador-geral da República, Paulo Gonet, encaminhou nesta segunda-feira (1º) ao Supremo Tribunal Federal (STF) um parecer contrário ao pedido de soltura feito pela defesa do general da reserva Braga Netto. Vice na chapa de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, o militar está preso desde dezembro do ano passado, acusado de obstruir as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado que buscava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo Gonet, não há elementos que sustentem a revogação da prisão. Em sua manifestação, o procurador destacou que permanecem válidos os fundamentos que levaram à custódia preventiva, uma vez que não surgiram fatos novos capazes de alterar o quadro probatório. Ele lembrou que manifestações anteriores do Ministério Público já haviam apontado para a gravidade das condutas atribuídas ao general.
A decisão sobre o caso será tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações relacionadas à trama golpista. Em julho, Moraes já havia negado um pedido de liberdade apresentado pela defesa e reafirmado a existência de indícios da participação de Braga Netto no plano para reverter o resultado das eleições de 2022.
Além disso, a Polícia Federal identificou durante as apurações que o general tentou ter acesso a informações sigilosas da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Essa tentativa reforçou a acusação de que o militar teria atuado para obstruir a Justiça. A defesa nega qualquer irregularidade.
Braga Netto é um dos réus do núcleo central do processo sobre a tentativa de golpe, que começa a ser julgado nesta terça-feira (2) no STF, em sessões que devem se estender por vários dias. O desfecho do julgamento poderá consolidar as responsabilidades dos principais envolvidos na articulação contra a democracia brasileira.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/braga-netto-deve-seguir-preso-afirma-parecer-da-pgr-ao-stf/
