
Os preços ao produtor no Brasil registraram queda de 0,3% em julho, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi puxado principalmente pelo setor de alimentos e marcou a sexta taxa negativa consecutiva do Índice de Preços ao Produtor (IPP).
Apesar da sequência de deflações, o movimento perdeu intensidade em relação a junho, quando a retração havia sido de 1,27%. Com isso, o IPP acumulou alta de 1,36% no período de 12 meses.
Alimentos no centro da queda
Entre as 24 atividades pesquisadas, 12 apresentaram recuo em julho. O principal impacto veio do setor de alimentos, com influência negativa de 0,33 ponto percentual no resultado geral.
“A influência mais intensa, do setor de alimentos, foi negativa e ajuda a explicar o resultado geral da indústria. Excluindo os alimentos, as demais atividades tiveram, somadas, uma influência positiva, de 0,03 ponto, ou seja, grande parte dos motivos para o IPP permanecer no campo negativo em julho vem da queda dos alimentos”, explicou Murilo Alvim, gerente do IPP, à Reuters.
O setor recuou 1,33% no mês, a sexta queda do ano, mas em ritmo mais moderado do que em junho, quando a retração havia chegado a 3,42%.
Açúcar e café puxam retração
Segundo Alvim, os preços dos açúcares tiveram destaque no movimento de queda. “… podemos destacar os menores preços dos açúcares, recuo que está em linha com a queda dos preços internacionais, muito por conta de um aumento da oferta em grandes países produtores, como a Índia, a Tailândia e o Brasil. Isso fez com que o grupo de fabricação e refino de açúcar apresentasse uma retração de 4,31% em julho e fosse a principal influência no resultado setorial”, disse.
O café também exerceu papel relevante no recuo do IPP. “Em grande parte pelo início da colheita de novas safras no país, que fez com que o grupo de torrefação e moagem de café apresentasse a maior queda no indicador mensal em toda a sua série histórica, com um recuo de 6,20% em julho”, completou o gerente.
Outros setores em destaque
Além dos alimentos, a metalurgia também teve impacto negativo, com retração de 1,65% e contribuição de -0,11 ponto percentual no índice. Já as indústrias extrativas registraram alta de 2,42% e exerceram influência positiva de 0,10 ponto percentual. O setor de fabricação de máquinas e equipamentos também ajudou a conter a queda, com contribuição de 0,06 ponto.
No recorte por variação, os destaques foram indústrias extrativas (+2,42%), metalurgia (-1,65%), produtos de metal (-1,54%) e perfumaria, sabões e produtos de limpeza (+1,41%).
O que mede o IPP
O IPP acompanha a variação dos preços de produtos na chamada “porta da fábrica”, sem incluir impostos e frete, abrangendo 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. O indicador é um dos principais termômetros para avaliar a pressão de custos sobre o setor produtivo e seus reflexos nos preços ao consumidor.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/indice-de-precos-ao-produtor-cai-03-em-julho-com-forte-influencia-do-setor-de-alimentos-aponta-ibge/