11 de setembro de 2025
Defesa de Bolsonaro fala em julgamento “técnico” no STF e
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No quarto dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de militares acusados de tentativa de golpe de Estado, a defesa comemorou o voto do ministro Luiz Fux, que, nesta quarta-feira (10/9), se manifestou contra a condenação do ex-chefe do Executivo.

Os advogados Paulo Cunha Bueno e Celso Vilardi, que representam Bolsonaro, avaliaram que a manifestação do magistrado acolheu integralmente os argumentos apresentados pela defesa, reforçando a expectativa de absolvição. Ambos deixaram o Supremo Tribunal Federal (STF) por volta das 21h, enquanto Fux ainda concluía a leitura do voto.

Paulo Cunha Bueno destacou que o voto de Fux foi histórico pela consistência técnica e pela reputação do ministro. “O voto que realmente entra para a história faz uso da reputação do ministro. Um ministro de carreira, primeiro colocado em seu concurso, professor titular. É um voto que se mostrou completamente invenso, comprometido só e somente com a boa técnica jurídica”, afirmou.

Questionado sobre uma possível reversão do processo no futuro, Bueno evitou previsões. “Olha, eu não gostaria de comentar ainda o que está por acontecer. Amanhã terão os outros votos e a gente comenta isso”, disse, acrescentando que sua preocupação é que o julgamento siga pautado exclusivamente em fundamentos jurídicos.

O advogado reforçou que, na visão da defesa, o ex-presidente não tem qualquer ligação com os atos de 8 de janeiro. “Bolsonaro não tem uma vinculação alguma com o 8 de janeiro. Tanto que o relatório final da Polícia Federal não o coloca no 8 de janeiro. Não tem nenhum elemento que conectassem o ex-presidente aos fatos”, declarou.

Já Celso Vilardi classificou o voto de Fux como uma vitória processual para a defesa. “Eu acho que o voto do ministro Fux foi um voto que acolheu na íntegra a tese da defesa. Então, evidentemente, nós entendemos que são votos absolutamente técnicos e que abordou a prova de uma forma exaustiva”, avaliou.

O advogado disse ter ficado satisfeito com o reconhecimento das preliminares, sobretudo em relação às dificuldades enfrentadas pela defesa no acesso a provas. “Fiquei muito feliz com os reconhecimentos das preliminares, porque em algum momento me pareceu que foram tratadas como menores. E o ministro trouxe a questão do acesso aos documentos como fundamental e pacificada pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal”, destacou.

Vilardi reiterou que Bolsonaro não participou de conspirações golpistas e que as reuniões mencionadas na denúncia não configuram crime. “Estamos desde o início do processo dizendo que o ex-presidente não teve envolvimento, muito menos em reuniões detalhadas como se fossem atos executórios. Se prevalecer a tese da denúncia, seriam meros atos preparatórios”, argumentou.

Ao ser perguntado sobre eventuais desdobramentos do julgamento, o advogado adotou cautela. “Não vou falar sobre depois do julgamento do caso, nem sobre o que ainda não terminou. Depois do julgamento é que nós vamos decidir o que fazer”, concluiu.

Fonte: * Correio Braziliense

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/09/defesa-de-bolsonaro-fala-em-julgamento-tecnico-no-stf-e-voto-de-fux/