13 de setembro de 2025
New York Times: Brasil dá lição de democracia aos EUA
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Um artigo publicado nesta sexta-feira (12) pelo jornal The New York Times (NYT) afirma que o Brasil conseguiu avançar onde os Estados Unidos fracassaram, ao responsabilizar o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado e outros crimes.

O texto foi assinado pelo professor de Harvard Steven Levitsky, coautor do livro Como as Democracias Morrem, e por Filipe Campante, professor da Universidade Johns Hopkins. Segundo eles, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de condenar Bolsonaro demonstra que as instituições brasileiras protegeram a democracia em um momento crítico.

“Apesar de todas as suas falhas, a democracia brasileira é hoje mais saudável do que a americana. Conscientes do passado autoritário do país, as autoridades judiciais e políticas brasileiras não deram a democracia por garantida. Seus pares americanos, por outro lado, fracassaram na tarefa”, escreveram.

O artigo faz uma comparação direta com o caso de Donald Trump, que após perder as eleições de 2020 incentivou seus apoiadores a invadir o Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, para tentar impedir a posse de Joe Biden.

“O Supremo Tribunal Federal brasileiro fez o que o Senado dos EUA e os tribunais federais tragicamente falharam em fazer: levar à justiça um ex-presidente que atacou a democracia”, destacaram os autores.

Instituições em xeque

Levitsky e Campante lamentam que as instituições americanas não tenham responsabilizado Trump e apontam que, ao contrário, o ex-presidente retomou o poder com práticas autoritárias. Para eles, a atuação do STF e da Polícia Federal no Brasil contrasta com a passividade das autoridades dos EUA.

“Ao contrário dos Estados Unidos, portanto, as instituições brasileiras agiram com vigor e, até o momento, de forma eficaz, para responsabilizar um ex-presidente por tentar anular uma eleição”, escreveram.

Os especialistas também criticaram a postura do governo Trump, que impôs sanções ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e adotou tarifas contra o Brasil. Eles consideram essa medida uma ruptura com a política norte-americana para a América Latina desde o fim da Guerra Fria.

“Em um movimento que evoca algumas das intervenções mais antidemocráticas dos EUA na Guerra Fria, os Estados Unidos estão tentando subverter uma das democracias mais importantes da América Latina”, afirmaram.

Democracia precisa de defesa

No artigo, os autores alertam que democracias não sobrevivem sozinhas. Citando os anos 1920 e 1930 na Europa, com a ascensão do fascismo e do nazismo, eles reforçam que a passividade diante de ameaças pode ter consequências graves.

“As democracias não podem se defender. Elas precisam ser defendidas. Mesmo os freios constitucionais mais bem elaborados são meros pedaços de papel, a menos que os líderes os exerçam”, argumentaram.

O texto cita ainda as investigações da Polícia Federal que apontaram conspirações de Bolsonaro e aliados militares para impedir a posse de Lula, além da tentativa de manter o ex-presidente no poder.

Críticas ao novo governo Trump

A análise publicada no NYT também acusa a atual gestão Trump de agir de forma “abertamente autoritária”.

“O segundo governo Trump tem sido abertamente autoritário, instrumentalizando agências governamentais e mobilizando-as para punir críticos, ameaçar rivais e intimidar o setor privado, a mídia, escritórios de advocacia, universidades e grupos da sociedade civil. Menos de nove meses após o início da segunda presidência de Trump, os Estados Unidos provavelmente já cruzaram a linha do autoritarismo competitivo”, escreveram Levitsky e Campante.

*Fonte: Agência Brasil

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Fonte: https://oimparcial.com.br/brasil/2025/09/new-york-times-brasil-da-licao-de-democracia-aos-eua/