
Conforme noticiado pelo Olhar Digital, um novo cometa foi descoberto na última sexta-feira (12). Ele foi visto pela primeira vez quando o astrônomo amador ucraniano independente Vladimir Bezugly notou uma mancha suspeita se movendo em imagens online do Observatório Solar e Heliosférico (SOHO, na sigla em inglês), administrado pela NASA e pela Agência Espacial Europeia (ESA).
Em apenas três dias, o brilho do objeto triplicou, de acordo com a plataforma de climatologia e meteorologia espacial Spaceweather.com.
Por enquanto, ele está sendo chamado de SWAN25B, em referência ao instrumento a bordo do SOHO responsável por capturá-lo, o Solar Wind ANisotropies (Anisotropias do Vento Solar). Trata-se de uma câmera especial que mapeia o hidrogênio no vento solar, o que sugere que esse cometa pode ser rico em tal elemento.
A catalogação do objeto está em processamento pelo Minor Planet Center (MPC), o órgão oficial da União Astronômica Internacional (IAU) responsável por reunir, verificar e divulgar todas as observações de pequenos corpos do Sistema Solar – como asteroides, cometas e quase-luas.
Ao longo das horas e dias que se seguiram após a primeira detecção, ele foi confirmado a partir de observações terrestres por astrônomos conceituados, como Martin Masek, da República Tcheca, Ernesto Guido, da Itália, Rob Kaufman e Michael Mattiazzo, da Austrália, entre outros.

Normalmente, depois que astrônomos em solo definem a órbita do objeto com observações adicionais, o MPC atribui uma designação provisória do tipo “C/ano letra-número”. Em seguida, o objeto recebe o nome definitivo. Por exemplo: o cometa interestelar 3I/ATLAS, quando detectado, era referido como A11pl3Z, recebendo em seguida a designação provisória de C/2025 N1 (ATLAS) e, por fim, seu nome definitivo.
Cometa deve se aproximar da Terra no mês que vem
A órbita do cometa ainda está sendo determinada. A astrometria inicial sugere que ele poderá se aproximar da Terra em meados ou no fim de outubro, chegando a 0,25 unidades astronômicas (UA) do planeta – algo em torno de 37,5 milhões de km.
Análises preliminares sugerem uma coma (a nuvem difusa de gás e poeira ao redor do núcleo) de cerca de mais de um metro de diâmetro, com uma cauda que se estende por 2,8° no céu (uma largura aparente que equivale a quase seis vezes o tamanho da Lua cheia).
Atualmente, o cometa SWAN25B está próximo da magnitude 6. Quanto menor esse número, mais brilhante é o objeto. Para um corpo celeste poder ser visto a olho nu, ele deve ter magnitude abaixo de 6 (em céus totalmente escuros) ou inferior a 2 (em céus com poluição luminosa, como de grandes centros urbanos).
Isso significa que o novo cometa está quase podendo ser observado sem a necessidade de qualquer instrumento, como binóculos ou telescópio.
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No momento, ele viaja entre as estrelas de fundo da constelação de Virgem, com melhor visibilidade para observadores no Hemisfério Sul. Por ele ainda estar muito perto do Sol, provavelmente tendo acabado de passar pelo periélio (ponto mais próximo da nossa estrela), ainda há certa dificuldade em avistá-lo.

Como observar o objeto no céu
No Facebook, Mattiazzo disse que o cometa é visível no céu noturno próximo de Marte e Espiga, a estrela mais brilhante de Virgem. Foi exatamente abaixo dela que o astrofotógrafo húngaro Ujvárosi Beáta conseguiu capturar o objeto no domingo (14), acessando remotamente um telescópio de campo de visão enorme na Namíbia, o que resultou na imagem espetacular abaixo:

Quem quiser ver o novo cometa, a princípio, ainda precisa da ajuda de binóculos ou telescópios de abertura entre 150 e 200 mm. Olhe para oeste após o anoitecer, na direção onde o Sol tiver acabado de se pôr, e tente encontrar Marte ou Espiga – ele deverá passar logo abaixo desses corpos celestes. Utilizar aplicativos de observação, como Stellarium, Star Walk ou Sky Safari, pode facilitar bastante.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/09/15/ciencia-e-espaco/novo-cometa-tem-brilho-triplicado-e-ja-esta-quase-visivel-a-olho-nu/