15 de setembro de 2025
Homem xinga e cospe em filha de ministro do STF
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A professora Melina Fachin, diretora do Setor de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e filha do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, foi alvo de agressões verbais e de uma cusparada no último dia 13, em Curitiba. O episódio ocorreu quando ela deixava a Faculdade de Direito da universidade. Um homem não identificado se aproximou e a chamou de “lixo comunista” antes de cuspir nela.

Melina não se pronunciou publicamente até o momento, mas o caso foi relatado nas redes sociais por seu marido, o advogado Marcos Gonçalves (veja abaixo).

“Agressão covarde” e clima de ódio

Em comunicado, Gonçalves classificou o episódio como fruto de uma escalada de violência estimulada pelo discurso extremista.

“Esta violência é fruto da irresponsabilidade e da vilania de todos aqueles que se alinharam com o discurso de ódio propalado desde o esgoto do radicalismo de extrema direita, que pretende eliminar tudo que lhe é distinto”, escreveu.

Ele relatou que o agressor era um homem branco, que não se identificou, e denunciou o ato como “agressão covarde”. O autor não foi localizado.

Tensões antes do ataque

O advogado também relacionou o caso a outro episódio de tensão ocorrido dias antes na própria universidade. Na terça-feira (10), estudantes bloquearam a entrada do prédio da Faculdade de Direito em protesto contra a realização do painel “Como o STF tem alterado a interpretação constitucional?”, organizado por apoiadores de Jair Bolsonaro, em meio ao julgamento da trama golpista pelo Supremo.

A atividade acabou cancelada, mas, segundo Gonçalves, houve tentativa de entrada à força no prédio por parte do vereador Guilherme Kilter (Novo-PR) e do advogado bolsonarista Jeffrey Chiquini.

“Provocação, tumulto e desrespeito às instituições”, escreveu o advogado, que também denunciou casos de violência policial contra os estudantes.

Em tom de alerta, ele enviou um recado aos militantes bolsonaristas: “Se alguma coisa além acontecer com a Professora Melina ou com alguém da nossa família, vocês não serão apenas os responsáveis, vocês receberão o mesmo jugo”.

Reação da comunidade acadêmica

A agressão gerou forte reação dentro e fora da universidade. O Centro de Estudos da Constituição da UFPR divulgou nota pública em que repudiou o episódio:

“A professora Melina foi alvo de violência física e verbal em uma clara tentativa de intimidação, por ato covarde que atinge os valores de liberdade e democracia que sustentam a universidade pública e o espaço coletivo. Não se trata de um episódio isolado: é um sintoma grave da intolerância e do autoritarismo que ameaçam transformar o espaço universitário e democrático em palco de violência e silenciamento.”

Outras instituições se manifestaram. O Projeto das Promotoras Legais Populares de Curitiba e Região Metropolitana e o Grupo de Pesquisa em Direito Constitucional da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) também prestaram solidariedade e destacaram a trajetória de Melina na defesa dos direitos humanos.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/homem-xinga-e-cospe-em-filha-de-ministro-do-stf-em-universidade-do-parana-lixo-comunista/