
A Prio, petroleira independente com DNA carioca que já foi conhecida como PetroRio, acaba de conquistar um marco fundamental em seu plano de expansão: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) concedeu à companhia a licença de instalação para interligar os poços do campo de Wahoo ao navio-plataforma que opera no campo de Frade, na Bacia de Campos, litoral do estado do Rio de Janeiro.
A autorização era a etapa mais aguardada dentro do cronograma do projeto, que promete aumentar em 44% a capacidade de produção da Prio — atualmente uma das principais “junior oils” em operação no Brasil.
Primeiro óleo previsto para o 1º semestre de 2026
Segundo estimativas da própria empresa, divulgadas em fato relevante na noite desta segunda-feira (15), o chamado “first oil” do campo de Wahoo deve ocorrer entre março e abril de 2026. O campo será operado inicialmente com quatro poços produtores e, em seguida, receberá a conexão dos poços injetores.
O investimento total do projeto foi recalculado para US$ 870 milhões, o equivalente a aproximadamente R$ 4,7 bilhões, após ajustes no escopo e nos prazos desde a concepção até a execução.
Obras submarinas começam imediatamente
Com a licença em mãos, a Prio informou que dará início imediato à construção submarina e à instalação do sistema de “tieback” — nome dado à tubulação que conectará os poços ao FPSO (navio-plataforma). A embarcação responsável pela instalação da linha rígida está prevista para chegar ao Brasil já no próximo mês.
Esse tipo de conexão permite que a produção de um campo seja escoada por uma unidade flutuante localizada em outro ativo vizinho — solução que reduz custos e aumenta a eficiência operacional.
Aquisição oportunista se transforma em joia da coroa
O campo de Wahoo foi adquirido pela Prio durante a pandemia, em uma operação considerada oportunista. Na época, a petroleira britânica BP, então proprietária do ativo, estava reavaliando seu portfólio diante da crise global provocada pela Covid-19.
“Com a Covid, eles estavam muito pessimistas com o futuro do petróleo, então conseguimos um ótimo preço. Só agora vamos vê-lo produzindo”, revelou o CEO da Prio, Roberto Monteiro, em entrevista concedida em junho. Ele destacou ainda que Wahoo será interligado a Frade, “um dos nossos campos queridinhos”.
Carioca em expansão
Com sede no Rio de Janeiro, a Prio tem se destacado como um dos exemplos de sucesso no setor de óleo e gás brasileiro. A estratégia de crescimento da companhia combina aquisições inteligentes, reaproveitamento de ativos maduros e forte controle de custos.
Com a entrada de Wahoo em operação, a empresa consolida sua presença na Bacia de Campos e reforça o papel do estado do Rio como centro nevrálgico da produção nacional de petróleo.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/prio-recebe-aval-do-ibama-para-projeto-bilionario-na-bacia-de-campos-e-vai-turbinar-producao/