16 de setembro de 2025
ChatGPT ganhará versão especial para adolescentes e poderá acionar polícia
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A OpenAI revelou nesta terça-feira (16) uma série de novas políticas de usuário, incluindo mudanças significativas na forma como o ChatGPT interage com menores de 18 anos. As medidas incluem restrições a conteúdos sensíveis, controles parentais e a possibilidade de acionar autoridades em casos de risco iminente de suicídio ou autoagressão.

De acordo com o CEO Sam Altman, “se um usuário menor de 18 anos estiver com ideias suicidas, tentaremos entrar em contato com os pais do usuário e, se não for possível, entraremos em contato com as autoridades em caso de perigo iminente”. Ele destacou ainda que a empresa está priorizando a segurança dos adolescentes. “Priorizamos a segurança antes da privacidade e liberdade para os adolescentes. Esta é uma tecnologia nova e poderosa, e acreditamos que os menores precisam de proteção significativa”, afirmou.

As mudanças para usuários menores de idade lidam especificamente com conversas que envolvem tópicos sexuais ou automutilação. O ChatGPT será treinado para não se engajar em “conversas de flerte” com adolescentes e terá guardrails adicionais em torno de discussões sobre suicídio. Caso um adolescente utilize a ferramenta para imaginar cenários suicidas, o sistema tentará acionar os pais e, em situações mais graves, a polícia local.

Outro recurso será o “Horário de Blackout”, no qual os pais poderão programar períodos em que o ChatGPT não estará disponível para os filhos. Além disso, está em desenvolvimento um sistema para identificar a idade dos usuários. Quando detectados como menores, eles serão redirecionados para uma versão adaptada, com políticas específicas, bloqueio de conteúdos explícitos e protocolos de segurança reforçados.

As medidas chegam em meio a um contexto de crescente pressão sobre a empresa. A OpenAI enfrenta um processo por morte por negligência movido pelos pais de Adam Raine, um adolescente de 16 anos que se suicidou após meses de interações com o ChatGPT. Outro chatbot comercial também responde a ação semelhante. Casos como esse reforçaram as críticas sobre os riscos de interações prolongadas entre jovens e ferramentas de inteligência artificial.

As novas políticas foram anunciadas no mesmo dia em que o Comitê Judiciário do Senado dos Estados Unidos realizou uma audiência intitulada “Examinando o dano dos chatbots da IA”, convocada pelo senador Josh Hawley (R-MO). O pai de Adam Raine foi um dos convidados a prestar depoimento. A audiência também destacou uma investigação da Reuters que revelou documentos de política supostamente incentivando conversas sexuais entre chatbots e usuários adolescentes. Após a repercussão, a Meta revisou suas próprias regras de uso de assistentes virtuais.

A OpenAI reconhece que a separação entre usuários menores e adultos será um desafio técnico considerável. Em postagem de blog, a empresa afirmou estar caminhando para desenvolver um sistema de longo prazo capaz de determinar se alguém tem mais ou menos de 18 anos. Nos casos ambíguos, as regras mais restritivas serão aplicadas. Para maior segurança, a recomendação é que contas de adolescentes sejam vinculadas a contas de pais ou responsáveis, permitindo alertas imediatos em caso de risco.

Apesar das restrições, Sam Altman reiterou o compromisso da OpenAI com a privacidade e liberdade dos adultos na interação com a ferramenta. “Percebemos que esses princípios estão em conflito, e nem todos concordam com a forma como estamos resolvendo esse conflito”, concluiu.

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Fonte: https://oimparcial.com.br/brasil/2025/09/chatgpt-ganhara-versao-especial-para-adolescentes-e-podera-acionar-policia-em-casos-de-risco/