Embaixadores da Folia é reconhecido como patrimônio cultural imaterial do Rio

O carnaval de rua do Rio de Janeiro ganhou um reforço oficial para a preservação de sua memória. Foi aprovado em segunda discussão na Assembleia Legislativa (Alerj), nesta terça-feira (09), o reconhecimento do bloco Embaixadores da Folia como patrimônio cultural de natureza imaterial do estado.

A iniciativa é fruto do projeto de lei 3655-A/24, da deputada Elika Takimoto (PT), e celebra os 25 anos de história do grupo, fundado em 2000 no centro da capital.

Criado por Cláudio Cruz, também fundador da torcida Raça Rubro-Negra e dono do Botequim Vaca Atolada, na Lapa, o bloco nasceu com a missão de resgatar e preservar o carnaval de rua tradicional.

Desde o início, mantém um estatuto registrado em cartório que determina que apenas músicas produzidas no Rio podem ser executadas nos desfiles. “Está no nosso estatuto, registrado em cartório desde 2000, é proibido tocar qualquer música que não seja do Rio. Nós só tocamos o que o Carnaval do Rio produz”, disse Cruz em certa ocasião.

Com concentração no Buraco do Lume, no Centro, e desfiles pelas ruas da Lapa, o Embaixadores se consolidou como guardião de marchinhas, marchas-rancho e sambas que marcaram gerações. A partir de 2002, passou a desfilar junto com o Cordão da Bola Preta, ampliando sua visibilidade e integração com outros ícones do carnaval carioca.

Reconhecimento e legado

Em 2007, o bloco lançou seu primeiro CD, “Sociedade Carnavalesca Embaixadores da Folia – da Cidade Maravilhosa – Por Amor ao Rio”, reunindo marchinhas e a participação de diversos artistas.

O reconhecimento como patrimônio cultural imaterial do estado reforça sua contribuição para a manutenção das tradições carnavalescas, em um momento em que o carnaval de rua se reinventa, mas também busca preservar sua essência.

Com 25 anos de existência em 2025, o Embaixadores da Folia mantém viva a proposta de unir gerações em torno das músicas que ajudaram a construir a identidade cultural do Rio de Janeiro.