17 de setembro de 2025
Camada de ozônio pode se recuperar totalmente em breve; veja
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Você com certeza já ouviu falar da camada de ozônio. Esta uma região da estratosfera, localizada a cerca de 20 a 35 km de altitude, que atua como um filtro, protegendo a Terra da radiação ultravioleta emitida pelo Sol.

Por décadas, a degradação desta proteção natural foi o principal ponto de preocupação de cientistas. Agora, dados divulgados pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) indicam que a quantidade de ozônio na atmosfera atingiu os níveis mais altos em anos.

Buraco na camada de ozônio está diminuindo (Imagem: divulgação/ESA)

Camada de ozônio apresenta melhora consistente

  • Segundo o Boletim de Ozônio e Radiação Ultravioleta, publicado anualmente pela agência, o valor médio global da substância em 2024 foi superior ao observado entre 2003 e 2022.
  • Sobre o Ártico, as concentrações chegaram a ser entre 55 e 60 unidades Dobson (DU) acima da média, o que representa uma camada cerca de 14% mais espessa do que a registrada no período de 1960 a 2023.
  • Com isso, a radiação ultravioleta na superfície do Hemisfério Norte durante o verão teve queda em relação à média histórica de 1960 a 2023.
  • Em alguns locais, esse índice chegou a 5%.
  • A expectativa é que, mantendo-se as atuais políticas, a camada de ozônio esteja totalmente recuperada por volta de 2040 na maior parte do planeta.
  • Na região do Ártico, isso deve acontecer em 2045, enquanto que na Antártida o cenário deve ser verificado apenas em 2066.

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Camada de ozônio atua protegendo a Terra da radiação emitida pelo Sol (Imagem: buradaki/Shutterstock)

Ação global foi fundamental para recuperação

No caso da Antártida, o chamado déficit de massa de ozônio, que calcula quanto da substância deixou de estar presente na atmosfera, foi de 46,1 milhões de toneladas em 29 de setembro de 2024. Apesar de ainda ser considerado alto, o valor ficou abaixo da média registrada entre 1990 e 2020. Também foi identificada uma recuperação mais rápida após o período de maior perda, o que representa um sinal consistente de melhora.

Desde a adoção da Convenção de Viena e da assinatura do Protocolo de Montreal, o uso de clorofluorocarbonos (CFCs), utilizados principalmente em sprays, equipamentos de refrigeração e em espumas, caiu drasticamente em todo o mundo. Estima-se que cerca de 99% das substâncias nocivas à camada de ozônio tenham sido eliminadas.

Estima-se que 99% das substâncias nocivas à camada de ozônio tenham sido eliminadas nos últimos anos (Imagem: studio23/Shutterstock)

Há quarenta anos, as nações se uniram para dar o primeiro passo na proteção da camada de ozônio — guiadas pela ciência, unidas na ação. A Convenção de Viena e seu Protocolo de Montreal tornaram-se um marco de sucesso multilateral. Hoje, a camada de ozônio está se recuperando. Essa conquista nos lembra que, quando as nações acatam os alertas da ciência, o progresso é possível.

António Guterres, Secretário-Geral das ONU

Além da redução destas substâncias, os pesquisadores apontam que fatores naturais ajudaram a recuperar a camada de ozônio. Entre eles estão o El Niño, caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico e que altera o clima global, a fase da Oscilação Quase-Bienal, uma mudança regular dos ventos na alta atmosfera sobre a região do Equador, o aumento da atividade solar nos últimos anos e uma circulação estratosférica mais intensa.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/09/17/ciencia-e-espaco/camada-de-ozonio-pode-se-recuperar-totalmente-em-breve-veja-a-projecao/