18 de setembro de 2025
Chamada de projetos para neoindustrialização do Nordeste recebe R$ 24,7
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Esta é a maior chamada de projetos para indústria do Nordeste e a que reúne, pela primeira vez, as diversas instituições de fomento federais para apoiar projetos na região. Das propostas apresentadas, 88% tiveram participação de Pequenas e Médias Empresas (PMEs) e 73% envolveram a cooperação com instituições de ciência e tecnologia.

A chamada pública de projetos para o Nordeste da Nova Indústria Brasil (NIB) recebeu propostas que somam R$ 127,8 bilhões, quase 13 vezes acima da estimativa inicial de R$ 10 bilhões. Lançada em maio, a chamada dispôs R$ 10 bilhões em crédito para projetos estruturantes com foco em inovação, reindustrialização e desenvolvimento sustentável. O prazo para envio das propostas encerrou nesta segunda-feira, 15.

“O BNDES fez, em conjunto com as instituições parceiras e o Consórcio do Nordeste, um grande esforço de viagens e encontros empresariais, percorrendo todos os estados da Região Nordeste para apresentar a chamada de projetos. O resultado foi extraordinário e apontou o enorme potencial da região. Nosso compromisso é que os projetos consistentes serão atendidos, mesmo que para isso a gente tenha que elevar os valores incialmente alocados para essa chamada. Sob orientação do presidente Lula, o BNDES está de mãos dadas com o Nordeste para transformar boas ideias em oportunidades concretas”, afirma o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Foram apresentadas 246 propostas vindas dos nove estados da região e para as cinco áreas estratégicas da chamada: transição energética com foco em armazenamento, 54 propostas e R$ 15,3 bilhões de demanda por crédito; bioeconomia com foco em fármacos, 44 projetos e R$ 5,4 bilhões; hidrogênio verde, 32 projetos e R$ 54,3 bilhões; data center verde, 35 iniciativas e R$ 16,9 bilhões; e setor automotivo, incluindo máquinas agrícolas, com 40 projetos e R$ 25,2 bilhões. Outras 41 propostas foram inscritas em mais de um tema e somam R$ 10,4 bilhões em demanda por crédito.

No Maranhão, as propostas apresentadas somam R$ 24,7 bilhões e foram nas seguintes áreas estratégicas: transição energética com foco em armazenamento, R$ 20,8 milhões de demanda por crédito; bioeconomia com foco em fármacos, R$ 212,5 milhões; hidrogênio verde, R$ 18,5 bilhões; data center verde, R$ 887,9 milhões; e setor automotivo, incluindo máquinas agrícolas, R$ 15,9 milhões. Outras propostas foram inscritas em mais de um tema e somam R$ 5 bilhões em demanda por crédito.

Das 246 propostas apresentadas, 88% tiveram participação de Pequenas e Médias Empresas (PMEs), 73% envolveram a cooperação com instituições de ciência e tecnologia e cerca de 30% foram projetos em consórcio com outras empresas.

Para o presidente do Consórcio Nordeste e governador do Piauí, Rafael Fonteles, a resposta do setor produtivo à Chamada Nordeste é a prova definitiva de que a região precisava de uma oportunidade real de investimento para mostrar o seu imenso potencial.

“Diante de quem historicamente duvidou da nossa capacidade, respondemos com projetos que são o futuro da indústria brasileira. Esta parceria que construímos com o Governo Federal, os bancos de fomento e demais entidades parceiras, abriu a porta que o nosso dinamismo e a nossa vontade de fazer precisavam. Eu tenho plena certeza de que estamos diante de um ponto de virada, onde o Nordeste se consolida como a maior fronteira de investimento do país e um polo de desenvolvimento que irá, de forma definitiva, liderar a nova industrialização nacional”, afirmou.

“A variedade e o volume de projetos apresentados mostram que o Nordeste é hoje um território de oportunidades estratégicas para o setor produtivo”, comentou o superintendente da Sudene, Francisco Alexandre.

Para o presidente da Finep, Luiz Antonio Elias, a Chamada Nordeste é um marco. “Fortalece políticas públicas, promove inovação, amplia a competitividade regional e contribui para a redução das assimetrias históricas que ainda marcam o país. É a demonstração de que, quando articulamos instituições, ciência e setor produtivo, construímos as bases de um desenvolvimento sustentável e socialmente justo”, afirma.

O presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, também destacou a relevância do movimento: “A Chamada Nordeste mostra a força da nossa região e a confiança dos investidores no papel estratégico que o Nordeste terá na Nova Indústria Brasil. É um passo importante e concreto para avançarmos em setores de futuro, como hidrogênio verde, energias renováveis e bioeconomia. Contamos com o apoio fundamental do presidente Lula, que tem priorizado o desenvolvimento da indústria nacional e regional, criando as condições necessárias para que o Nordeste lidere essa agenda de inovação e sustentabilidade.”

Tarso de Assis, Vice-Presidente de Negócios de Atacado da Caixa, avalia que a iniciativa é estratégica para ampliar o acesso ao crédito e democratizar o financiamento de soluções inovadoras para a região. “Ao integrar esse esforço, a Caixa reforça seu compromisso com o desenvolvimento regional, atuando como agente catalisador da inclusão produtiva e do fortalecimento das cadeias industriais prioritárias”, afirmou.

“Para José Ricardo Sasseron, Vice-presidente de Negócios Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil, a Chamada representa um marco histórico para a reindustrialização da região. “O Banco do Brasil reafirma seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a inovação, atuando de forma integrada com outras instituições federais para apoiar projetos estruturantes. A forte participação reforça o potencial transformador dessa iniciativa para o Nordeste.”

Parceria inédita – A Chamada Nordeste da Nova Indústria Brasil (NIB) é resultado de uma ação conjunta de fomento, construída entre os bancos públicos federais – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal (Caixa), Banco do Nordeste (BNB) – e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com apoio técnico da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste).

Esta é a maior chamada de projetos para indústria do Nordeste e a única que, pela primeira vez, reúne as diversas instituições de fomento federais com o objetivo de apoiar projetos para promover o desenvolvimento e a inovação na região.

As propostas passarão por análise de enquadramento e avaliação conforme os critérios do edital. Essa segunda fase terá duração até 28 de novembro. A partir daí, os planos de negócio selecionados terão suporte conjunto das instituições financeiras, que vão estruturar os instrumentos de apoio mais adequados às necessidades de cada projeto.

Sobre a Chamada – A chamada foi aberta a participação de empresas e cooperativas. As propostas podiam conter ações como instalação de infraestrutura física, aquisição de máquinas e equipamentos, implantação de plantas-piloto, contratação de recursos humanos, desenvolvimento de projetos com universidades e centros de pesquisa, além de capital de giro e engenharia.

As instituições parceiras oferecerão diferentes modalidades de apoio, como crédito, subvenção econômica não reembolsável e participação societária. A Sudene e o Consórcio Nordeste atuarão como parceiros técnicos, aportando conhecimento estratégico sobre o território e os setores prioritários.
Entre maio e agosto, representantes das instituições financeiras que coordenam a chamada, da Sudene e do Consórcio Nordeste, com apoio dos governos locais e das federações estaduais de indústria, realizaram rodadas de apresentações sobre a chamada para empresários em todos os estados da região.

Fonte: https://oimparcial.com.br/empreendedorismo/2025/09/chamada-de-projetos-para-neoindustrializacao-do-nordeste-recebe-r-247-bilhoes-em-propostas-para-o-maranhao/