20 de setembro de 2025
Mais um preso do fuzilamento do delegado em SP
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A polícia de São Paulo prendeu, ontem, Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como Fofão, que, segundo a investigação, está envolvido na logística do assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, na segunda-feira passada, em Praia Grande. Ele teria dado carona para que um dos criminosos que atuaram no crime fugisse da cena da execução. Com mais esta prisão, as autoridades de segurança acreditam que até o fim da próxima semana conseguirá identificar os quatro matadores do policial e a motivação. Também não há mais dúvidas a respeito do envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) na morte de Ferraz.

Até agora, a Justiça determinou a prisão de seis envolvidos com o homicídio. Além de Fofão e de Dahesly Oliveira Pires, detida na quinta-feira por ter buscado um dos fuzis utilizados no assassinato, a polícia busca os seguintes suspeitos, todos foragidos: Luis Antonio Rodrigues de Miranda — suspeito de ter envolvido da Dahesly na logística do crime; Rafael Marcell Dias Simões, o “Jaguar”, cuja participação seria ligada ao furto dos veículos utilizados n a execução de Ferraz; Felipe Avelino da Silva, o “Mascherano”, cujo DNA foi encontrado no Jeep Renegade usado pelos assassinos e que não foi incendiado; Flávio Henrique Ferreira de Souza, que também teve o DNA detectado em um dos carros de fuga. No caso desses dois últimos, há a possibilidade de que sejam um dos quatro flagrados pelas imagens das câmeras de segurança participando da execução do delegado.

“Fofão” foi preso em São Vicente, na Baixada Santista, depois que equipes da Polícia Civil e da Corregedoria da Polícia Militar encontrarem impressões digitais de um policial militar e do irmão dele — cujos nomes não foram divulgados — em uma casa, em Praia Grande. O imóvel teria servido de base para os criminosos que mataram Ferraz.

Os investigadores também apuram se Fernando Gonçalves dos Santos, conhecido “Azul” ou “Colorido”, teve algum envolvimento no crime. Isso porque ele seria um dos chefes do PCC na Baixada Santista e responsável por toda atividade criminosa da facção na região, que engloba Praia Grande. Por conta disso é que os agentes trabalham com a hipótese de que Ferraz, então secretário de Administração do município — e por cujas mãos passavam todas as licitações da prefeitura — teria contrariado os interesses dos criminosos ao impedir que alguma empresa de fachada fosse impedida de participar de concorrências da prefeitura.

Licitação

Entre os policiais que atuam no caso, a possibilidade de que o delegado tenha sido morto somente por vingança perde força. Isso porque, depois que aposentou-se e trocou a força pela gestão municipal, ficou várias vezes em condição de vulnerabilidade — inclusive, chegou a ser assaltado à mão armada em São Paulo quando estava com a mulher. “Azul” ou “Colorido”, porém, mantinha Ferraz numa lista de marcados para morrer e já o ameaçara antes.

Ferraz era considerado um dos principais inimigos do PCC e foi responsável pelo mapeamento da facção e responsável por indiciar, em 2006, a cúpula criminosa — incluindo Marcos Herbas Camacho, o “Marcola”, que está preso no presídio federal de Brasília. Desde então, o delegado era jurado de morte e expressou, algumas vezes, preocupação com a segurança após um assalto em 2023. Disse à época: “Eu combati esses caras (do PCC) durante tantos anos e agora os bandidos sabem onde moro”.

Fonte: Correio Braziliense*

Fonte: https://oimparcial.com.br/prisao/2025/09/mais-um-preso-do-fuzilamento-do-delegado-em-sp/