Ato contra PEC da Blindagem reúne 42 mil na Avenida Paulista

A Avenida Paulista voltou a ser palco de grandes mobilizações neste domingo, quando movimentos sociais, partidos de esquerda e artistas reuniram cerca de 42,8 mil pessoas em protesto contra a chamada PEC da Blindagem e em defesa da manutenção das condenações de envolvidos no 8 de Janeiro. Os dados são de um levantamento realizado pelo Monitor do Debate Político da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo os pesquisadores do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), coordenado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto em parceria com a ONG More in Common, a contagem registrada às 15h30 apontou a presença de 40.004 manifestantes na região do Masp, com margem de erro de 4.800 pessoas para mais ou para menos. O fluxo começou a crescer a partir das 13h, quando sindicatos, partidos como PT, PCdoB e PSOL, além de entidades populares, estenderam faixas, distribuíram adesivos com a mensagem “sem anistia” e até leques de papel contra a “PEC da Bandidagem”, como chamam a proposta.

Comparação com atos bolsonaristas

O número é próximo ao do último protesto realizado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, em 7 de setembro, que reuniu 42,2 mil pessoas. A comparação é relevante, já que a manifestação deste domingo aconteceu no mesmo período em que o Supremo Tribunal Federal condenou Bolsonaro a 27 anos de prisão pela tentativa de golpe de Estado.

Concentração cultural e política

Além do peso político, o ato na Paulista buscou se fortalecer pela presença de artistas e lideranças culturais, estratégia que ampliou a visibilidade do protesto. O Masp, tradicional ponto de encontro das grandes mobilizações na capital paulista, foi tomado por bandeiras vermelhas e cartazes que pediam justiça e responsabilização pelos ataques golpistas de janeiro de 2023.

A movimentação deste domingo reforça a disputa simbólica pela Paulista, transformada nos últimos anos em vitrine para atos de diferentes espectros ideológicos. A medição da USP, ao aproximar os números de públicos rivais, mostra que a rua segue sendo espaço estratégico de demonstração de força política.